Trabalhadores da Renault Cacia em Aveiro avançam para novas greves

Os trabalhadores da Renault Cacia, em Aveiro, vão realizar mais dois dias de greve, ainda sem data marcada, para reclamar aumentos salariais, informou na quarta-feira a Comissão de Trabalhadores (CT) da empresa.

Greve regressa à Renault Cacia por aumentos salariais

© Reuters

Lusa
21/11/2019 06:52 ‧ 21/11/2019 por Lusa

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A CT esteve reunida na quarta-feira à tarde com o diretor da fábrica e a diretora de recursos humanos, mas não chegou a acordo quanto às reivindicações dos trabalhadores.

"Eles continuam intransigentes e até mostraram alguma arrogância que nunca vimos", disse à Lusa o porta-voz da CT, Bruno Rafael.

O mesmo responsável explicou que a CT apresentou uma proposta para que fosse pago um prémio imediatamente aos trabalhadores, sem qualquer tipo de objetivos, assumindo o compromisso de discutir no início do próximo ano a questão do aumento real do salário.

"Estávamos à espera de receber alguma coisa da parte deles [administração], mas vieram com uma mão cheia de nada. Agora já nem querem dar o prémio único de 90 euros que tinham prometido pagar em janeiro", afirmou Bruno Rafael.

O representante dos trabalhadores diz que o ambiente dentro da empresa "tem piorado", adiantando que a administração "continua a ameaçar as pessoas, dizendo que não podem fazer greve".

"Está um clima lá dentro de cortar à faca. A continuar assim o futuro disto é um bocado negro. Custa-nos muito partir para as greves, porque temos andado a tentar evitar vir para esta situação, mas não temos outra alternativa", observou.

Bruno Rafael explicou que os trabalhadores vão realizar mais um dia de greve à semana e outro ao fim de semana, tal como foi decidido nos plenários que decorreram nos dias 14, 15 e 17, devendo o pré-aviso ser entregue nos próximos dias.

Os trabalhadores da Renault Cacia levaram a cabo uma greve nos dias 7, 10 e 12 contra o assédio, repressão e perseguição que dizem estar a sentir e para exigir um aumento salarial de 65 euros.

De acordo com dados da CT, a paralisação rondou os 90% no setor da produção, uma mobilização que segundo Bruno Rafael mostra que "os trabalhadores estão unidos e descontentes com esta postura incompetente da administração".

Em 2017 a Renault Cacia foi considerada, pelo terceiro ano consecutivo, a primeira fábrica do grupo Renault-Nissan-Mitsubishi em todo mundo.

Neste momento, está em curso um investimento superior a 100 milhões de euros para dotar aquela unidade das condições necessárias à produção de uma nova geração de caixas de velocidades para os modelos mais representativos do Grupo Renault, mas também da Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi.

 

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