Fitch avisa Costa: descida de rating está em jogo

O esboço apresentado pelo Governo de Costa não agradou à agência de rating que já deixou um aviso em tom de ameaça.

[MF]. A clock is seen inside the lobby of the headquarters of Fitch Ratings headquarters in New York, February 6, 2013.

© Reuters

Ana Lemos com Lusa
26/01/2016 14:39 ‧ 26/01/2016 por Ana Lemos com Lusa

Economia

OE2016

As previsões e pressupostos em que assenta o esboço do Orçamento do Estado (OE) para 2016, apresentado na semana passada pelo ministro Mário Centeno, são “otimistas” e “irrealistas”.

Quem o diz é agência de rating Fitch, sustentando que está em risco a redução do défice para 2,6%. Além disso, destaca o Jornal de Negócios, há ainda dados e contas por explicar. "O esboço de Plano Orçamental Português para 2016 pretende manter a consolidação orçamental, mas baseia-se em estimativas de crescimento e em planos de receita e despesa que se podem revelar irrealistas", considera a agência de notação financeira.

"Os dados recentes não demonstram nenhuma melhoria notável nas taxas de crescimento e a expectativa de que o aumento da procura externa vai impulsionar as exportações pode vir a revelar-se otimista, dado o abrandamento das economias emergentes e o fraco crescimento da zona euro", lê-se na mesma nota.

Além disso, a Fitch aponta que o Governo deixa por esclarecer como é que vai "conciliar o seu objetivo de uma consolidação orçamental moderada com o seu compromisso eleitoral de reverter medidas de austeridade". Quanto à dívida pública, a estimativa está "ligeiramente" abaixo das perspetivas da agência financeira, que antecipa uma dívida de 127,9% do PIB em 2016, tendo em conta estimativas da agência de "um menor crescimento e de maior défice", sem especificar qual.

Mas o aviso fica desde já: se a prometida meta do défice falhar, é elevada a probabilidade de a Fitch descer o rating de Portugal e assim inverter a tendência de subida da nota. As finanças públicas e o ritmo de consolidação orçamental são "fatores sensíveis" para o rating atribuído à dívida soberana de Portugal pela Fitch, que atualmente ainda é 'BB+', com perspetiva positiva, ou seja, "lixo".

"Um relaxamento orçamental que resulte numa trajetória menos favorável na dívida pública poderá levar a uma ação negativa sobre o 'rating', do mesmo modo que um crescimento enfraquecido pode ter um impacto negativo nas finanças públicas", afirma a Fitch que deverá analisar a situação de Portugal a 4 de março e a 19 de agosto.

 Saliente-se que também esta terça-feira, a Moody’s se manifestou insatisfeita com o esboço do OE2016, cujas projeções de crescimento de 2,1% são mais “otimistas” do que as da agência de notação financeira.

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