Rússia detém por dois meses oito membros da Greenpeace

Moscovo, 29 set - Um tribunal russo ordenou hoje a detenção por dois meses de oito membros da tripulação do navio quebra-gelo da organização ecologista Greenpeace, no âmbito de uma investigação por "pirataria" após uma operação contra uma plataforma da Gazprom no Ártico.

Rússia detém por dois meses oito membros da Greenpeace

© Lusa

Ana Nunes Cordeiro
29/09/2013 21:08 ‧ 29/09/2013 por Ana Nunes Cordeiro

Última Hora

Moscovo, 29 set - Um tribunal russo ordenou hoje a detenção por dois meses de oito membros da tripulação do navio quebra-gelo da organização ecologista Greenpeace, no âmbito de uma investigação por "pirataria" após uma operação contra uma plataforma da Gazprom no Ártico.

A totalidade da tripulação do Arctic Sunrise, formada por 30 elementos, dos quais 26 estrangeiros e quatro russos, encontra-se, assim, em prisão preventiva até 24 de novembro em Murmansk e na região em torno da cidade, o tempo necessário à conclusão da investigação.

Um tribunal desta cidade do noroeste da Rússia tinha já adotado uma decisão semelhante relativamente a 22 elementos da tripulação após a abertura da investigação por pirataria, um crime punível com 15 anos de prisão na Rússia.

Tal investigação foi iniciada depois de os ativistas da Greenpeace terem tentado, na semana passada, abordar uma plataforma do gigante russo Gazprom no Ártico para denunciar os projetos de exploração petrolífera nessa zona.

Reagindo hoje em comunicado a estas decisões, Kumi Naidoo, diretos executivo da Greenpeace Internacional, considerou tratar-se de uma "tentativa flagrante de intimidar quem quer que se oponha à corrida ao petróleo no Ártico".

Oito membros da tripulação tinham inicialmente sido colocados sob prisão preventiva por 72 horas e as respetivas audiências adiadas para hoje, porque a jurisdição não dispunha de informações suficientes ou não tinha encontrado intérpretes.

Entre os 30 elementos da tripulação do quebra-gelo da Greenpeace, com pavilhão holandês, encontram-se cidadãos de 18 países, dos quais seis britânicos, dois canadianos e um francês.

Mas hoje, o tribunal de Murmansk decidiu manter também em detenção Dmitri Litvinov, um sueco-norte-americano de origem russa, porta-voz da Greenpeace e bisneto de um ministro dos Negócios Estrangeiros de Estaline, um ucraniano, dois holandeses, dois britânicos, a finlandesa Sini Saarela e a brasileira Ana Paula Alminhana Maciel.

"Eu sou uma pessoa honesta e respondo sempre pelos meus atos. Não sou uma pirata", declarou na audiência Sini Saarela, ativista encarregada de escalar a plataforma da Gazprom no mar de Barents, segundo um comunicado da Greenpeace.

Diplomatas de vários países assistiram igualmente às audiências.

O Arctic Sunrise foi apresado a 19 de setembro por um comando de helicópteros da guarda-costeira russa e depois rebocado até Murmansk.

Os ativistas negaram ter cometido atos de pirataria, acusando a Rússia de ter ilegalmente tomado de assalto o seu barco em águas internacionais.

O Presidente russo, Vladimir Putin, reconheceu, por seu lado, que os ativistas "não são piratas" mas que tinham "infringido o direito internacional".

A comissão de inquérito russa, principal órgão encarregado das investigações criminosas, indicou que as acusações poderão ser reduzidas durante a investigação.

ANC // PGF

Noticias Ao Minuto/Lusa

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas