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Google: "Se os teus colegas são nazis, é melhor que não o saibas"

Executivos da tecnológica de Mountain View tentaram impedir que os colaboradores discutissem entre si assuntos como diversidade laboral.

Google: "Se os teus colegas são nazis, é melhor que não o saibas"

Um dos problemas da área tecnológica está relacionada com a diversidade laboral no que diz respeito a género e etnia. São várias as empresas a procurar aumentar a diversidade dos seus colaboradores, apontando os efeitos benéficos que tal variedade de pontos de vista teria nos respetivos produtos e serviços.

Porém, parece que nem todas as empresas da área assumem o compromisso de variar nas suas contratações. A Google é, aparentemente, uma delas.

É esta a história que Cory Altheide (ex-colaborador da Google que trabalhou na empresa entre 2010 e 2016) conta no seu memo “What happened to Cory?” (O Que Aconteceu ao Cory?) que foi escrito durante o seu último ano a trabalhar na tecnológica e que só agora foi publicado. O caso remonta a 2015, quando Altheide participou numa publicação de um fórum interno da empresa onde se discutia a importância de diversidade laboral.

A discussão escalou de tal forma que tiveram de intervir dois executivos da empresa, entre os quais o vice-presidente sénior de anúncios e comércio, Sridhar Ramaswamy, que publicou a seguinte mensagem:

“Como alguém que é tanto o responsável pela diversidade tecnológica da Google e alguém que se preocupa profundamente com a nossa cultura de trabalho, peço respeitosamente que todos parem de interagir com esta publicação.[…] A Google não é um clube de debate ou uma aula de filosofia. Somos um local de trablho e temos a obrigação de manter as nossas discussões respeitáveis. Debates sobre tópicos como excelência de produto podem apoiar uma grande variedade de pontos de vista e é ótimo que sejam tidos. Não considero que se possa dizer o mesmo de debates sobre temas sensíveis como género, religião, raça ou orientação sexual”.

Altheide não deixou o assunto por aqui, tendo continuado a questionar a postura de vários colegas relativamente ao assunto, apontando que não contribuíam para diversificar mais o local de trabalho.

O resultado foi uma convocatória ao departamento de recursos humanos da Google onde se reuniu com o vice-presidente sénior de infra-estrutura técnica da Google, Urs Holzle, que também havia participado na publicação original. “Se a maioria dos teus colaboradores forem Nazis, é melhor que não o saibas”, terá afirmado Holzle de acordo com o memo de Altheide.

A saída da Google terá acontecido pouco depois desta reunião, com Altheide a decidir escrever o memo como forma de explicar o que se havia passado aos outros colaboradores. Em entrevista ao Gizmodo, Altheide conclui que a questão da diversidade laboral tem solução, uma a que só se pode chegar coletivamente.

“A única forma de começar a tentar criar uma mudança positiva dentro de uma organização construída exclusivamente para criar valor para os accionistas é através de ação coletiva”, apontou Altheide.

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