Europa "perdeu jogo" da 2.ª vaga da Internet mas pode recuperar
O comissário europeu para a Ciência assumiu hoje que a Europa "perdeu o jogo" da inovação na Internet, mas defendeu que ainda pode recuperar, voltando ao que faz de melhor na "ciência pura e dura".
© Reuters
Tech Carlos Moedas
Falando no primeiro encontro das unidades de investigação da Universidade Católica Portuguesa, em Lisboa, Carlos Moedas lamentou a falta de capacidade da Europa na divulgação do que se faz em ciência, começando pelos próprios líderes políticos.
"Muito poucos falam de ciência", referiu o comissário europeu para a ciência e inovação.
No que toca à Internet, a Europa esteve na vanguarda da construção da infraestrutura, mas "perdeu completamente o barco" da segunda fase da rede mundial, liderada por empresas como as norte-americanas Facebook e Uber.
Consolidada essa segunda fase, a seguinte é "uma oportunidade extraordinária" para a Europa voltar a liderar num campo que nunca abandonou, o da ciência elementar, onde o mundo físico se encontra com o digital em áreas como a cibersegurança.
Para isso, há desafios como o de "ligação da ciência às pessoas".
"Muito do que fazemos, ninguém sabe", indicou Carlos Moedas, defendendo que é preciso criar missões de ciência que se comuniquem em poucas palavras e sob as quais está trabalho em várias áreas que comunicam, como descobrir a cura para a doença de Alzheimer.
Os contribuintes têm o direito de saber para onde vai o seu dinheiro que é usado na investigação científica, salientou.
Outro desafio é a regulamentação, para a qual têm que ser ouvidas "empresas e universidades" para se acompanhar o ritmo da inovação.
É impossível legislar "a pensar em produtos que não se conhecem" ou em produtos que deixam de existir em cinco anos, referiu o comissário europeu.
Carlos Moedas defendeu ainda que o paradigma de publicação de artigos científicos tem que mudar para um modelo de acesso livre, sem ser preciso pagar para lhes ter acesso.
A tarefa, que mexe com o setor dos editores, é difícil de aplicar, mas a Europa definiu que até 2020 se chegará a um sistema de acesso livre a dados e publicações.
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