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Redes sociais ajudaram Trump a "direcionar a seta"

O responsável da estratégia digital do presidente norte-americano considerou hoje que a vitória de Donald Trump na eleição de há um ano passou por usar os dados para "perceber em que direção a seta tinha de ser apontada".

Redes sociais ajudaram Trump a "direcionar a seta"
Notícias ao Minuto

13:50 - 08/11/17 por Lusa

Tech Web Summit

Para Brad Parscale, que falava na Web Summit, a decorrer em Lisboa, as redes sociais ajudaram a campanha do atual presidente norte-americano a "selecionar de forma muito precisa os eleitores que estavam recetivos à mensagem" de Donald Trump.

"Tivemos que delimitar muito bem o universo que queríamos atingir, as pessoas que estavam recetivas à mensagem de Donald Trump. E chegámos à conclusão que essas pessoas estavam no Facebook, até porque há cada vez menos espetadores de televisão (...) Os dados mostraram-nos a direção em que a seta tinha de ser apontada", afirmou, num painel sobre as mudanças nas campanhas eleitorais na era do digital.

Por outro lado, prosseguiu, as redes sociais permitiram à campanha de Trump contornar a circunstância de disporem de um orçamento consideravelmente inferior ao da rival democrata, Hillary Clinton.

"Tínhamos os avós a controlar os seus netos, os jovens a falar com amigos da escola. E o custo é tão baixo, consegue-se atingir milhões de potenciais eleitores por uma fração do custo. Usar o Facebook foi a melhor forma de contornar a desvantagem de termos menos dinheiro para a campanha do que a candidata democrata", afirmou.

Brad Parscale diferenciou, no entanto, as redes sociais em função da sua utilidade para a campanha de Donald Trump.

"As pessoas às vezes confundem as coisas. Trump usou o ´Twitter´ para falar para a América e para gerar media. O ´Facebook´ não foi usado para colocar anúncios que se traduzissem em votos, para mudar opiniões, foi sobretudo usado para pagar as contas, porque foi aí que a maior parte do dinheiro foi gerado. Foram esses os dois motores. As pessoas confundem as coisas", explicou.

Também presente no painel, o eurodeputado e um dos principais "rostos" do "sim" ao à saída do Reuni Unido da União Europeia Nigel Farage considerou que "o Brexit nunca teria acontecido sem as redes sociais".

"O Brexit aconteceu porque houve um partido, o UKIP, que de repente se tornou tão relevante que começou a assustar o primeiro-ministro. Mas o UKIP não se teria tornado um partido tão importante se não tivesse sido o ´Youtube´. Eu ia a Estrasburgo todos os meses e os ´media´ tradicionais não queriam saber. Assim que começámos a usar o Youtube e a atingir audiências enormes, começámos a causar preocupação. Por isso sim, estamos onde estamos por causa das redes sociais", disse.

Para Farage, a Europa ainda está a este respeito "muito atrás dos Estados Unidos".

"A maior parte dos políticos europeus que conheci estão demasiado obcecados com a sua mensagem nos principais órgãos de comunicação social", observou.

Mark Penn, presidente do ´The Stagwell Group´ considerou também que as redes sociais "são um aspeto de crescente importância nas eleições".

"Há um fluxo de informação instantâneo que atinge todos, não apenas os que estavam a assistir a determinado programa na CNN a determinada hora. As eleições usam as redes sociais para trazer para o processo os eleitores que normalmente têm estado à margem do processo", disse.

Mark Penn alertou também para a circunstância de o eleitorado se estar a tornar "cada vez mais idoso".

"No Reino Unido, foi a geração mais idosa que decidiu o desfecho do referendo. Se recuarmos até aos anos 1960, os jovens era dois para um em relação aos eleitores com mais de 65 anos. Agora estão empatados e esse desequilíbrio vai acentuar-se. As pessoas mais idosas vão-se tornar cada vez mais importantes nas redes sociais", comentou.

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