A empresa, lançada em 2011 por Paulo Trezentos e Álvaro Pinto, quer que, inicialmente, esta moeda digital seja usada como meio de pagamento na loja virtual da Aptoide e que no futuro seja a moeda utilizada por outras lojas de aplicações Android e mesmo por outros sistemas operativos, refere a tecnológica portuguesa em comunicado.

No sentido de concretizar este objetivo e com vista a obter fundos para a "nova criptomoeda", AppCoins, a 'startup' portuguesa vai lançar uma oferta inicial de moeda (ICO - 'Initial Coin Offering'), entre 6 e 9 de novembro, abrindo 12% da nova moeda a investidores.

"A Aptoide prevê angariar 28 milhões de dólares (23,7 milhões de euros até ao final da Web Summit", acrescenta o comunicado.

"Os membros da comunidade Android e outros grupos exclusivos vão ter a possibilidade de comprar (...) AppCoins, com um desconto de 30%", salienta.

No final da operação de venda inicial (ICO), a AppCoins estará disponível aos 200 milhões de utilizadores da Aptoide.

Assim, ao interagir com as 'app' da loja virtual da Aptoide, "os utilizadores são recompensados com AppCoins, permitindo pela primeira vez aos dois mil milhões de pessoas do mundo sem acesso a meios de pagamento pela internet para fazer compras na aplicação (como por exemplo atualizações de jogos)", explica-se no comunicado.

Os utilizadores podem também transferir AppCoins entre si, aumentando assim as possibilidades de compra e incentivos para que "descubram e tirem maior usufruto" das aplicações.

Com a AppCoins, a Aptoide torna-se a primeira loja de aplicações do mundo baseada em tecnologia 'blockchain' (tecnologia que visa a descentralização como medida de segurança), através da plataforma Ethereum.

Independentemente do sistema operativo, a AppCoins será um protocolo que poderá ser adotado por qualquer loja de aplicações, refere o comunicado, lembrando que a Aptoide quer criar "um novo ecossistema de partilha entre todas as lojas de aplicações" e "uma nova linguagem universal da economia de aplicações".

Os programadores de aplicações ('developers') vão dispor, assim, de um "modelo que elimina todos os intermediários de pagamento e de publicidade" e garante "um maior retorno do investimento".

"A visão da Aptoide é criar uma solução disruptiva do atual modelo, oferecendo uma maior escolha e mais valor para os 'developers', proprietários de 'app stores' e utilizadores", explica Paulo Trezentos no comunicado, adiantando que com o lançamento do protocolo AppCoins a 'sturtp' dá "um passo importante nessa direção".

"A AppCoins está configurada para mudar profundamente a atual economia das 'apps', oferecendo um ambiente radicalmente novo para distribuir e consumir 'apps' em escala", sublinhou gestor.