Na semana passada a Web Summit teve a sua primeira edição em Portugal, uma estreia que será seguida de mais duas edições em 2017 e 2018. O compromisso do fundador da cimeira, Paddy Cosgrave, serve para garantir que Lisboa será também a capital do empreendedorismo durante os próximos dois anos e o destino de startups e empresas de todo o mundo.

Uma dessas empresas pode mesmo ser a Velux A/S, da Dinamarca. Sendo especializada na venda de produtos de interiores, a Velux não é a empresa que esperasse encontrar numa cimeira dedicada a tecnologia. No entanto, como conta ao Tech ao Minuto o Web Analyst da Velux, Kar Chun, foi precisamente isso que trouxe a empresa a Lisboa. O encontro deu-se no Miradouro de São Pedro de Alcântara em Lisboa, sexta-feira à noite para marcar o final da viagem da equipa da Velux.

“Podemos sempre aprender alguma coisa com estes eventos”, disse Chun, indicando que é normalmente ouvindo experiências de outras áreas que é possível evoluir. “Ao ouvir as conferências percebi que somos capazes de aproveitar um ou outra coisa para a nossa empresa. É útil, tens de vir com a mente aberta”, explicou. A Internet of Things e os dispositivos caseiros conectáveis, por exemplo, é um caminho provável para a empresa se quer continuar relevante no mercado.

“Mesmo assim, algumas conferências são um pouco vagas demais”, adiantou Chun, apontando também que o horário da cimeira podia ser um pouco “pesado demais” para os visitantes, que muitas vezes querem ter tempo para explorar a cidade. “Começa muito cedo e, com a equipa no evento o dia todo, acabamos por ficar demasiado cansados para vir a sítios como este,” diz Chun enquanto lança um olhar à noite de Lisboa polvilhada de luzes.

Lisboa, cidade-anfitriã

É neste ponto que a conversa se volta para a escolha de Lisboa enquanto anfitriã do evento. Chun está convencido que a capital portuguesa foi uma boa escolha, elogiando os acessos, a boa comida (“adorei o marisco”) e as pessoas, que “são muito simpáticas”. Os preços baixos também são uma vantagem, sobretudo para quem vem de fora.

Apesar da organização ter feito a escolha certa no que diz respeito à cidade, Chun tem ainda algumas críticas. Apesar de elogiar os transportes, refere que há formas de melhorar, nomeadamente aproveitando a pulseira de acesso ao evento para melhorar o fluxo nos transportes públicos (evitando assim as estações de metro sobrelotadas). Tornar o horário menos pesado seria outra forma de melhorar a cimeira, permitindo que os visitantes usufruíssem mais da cidade e marcassem encontros e reuniões com mais liberdade.

Apesar de tudo, no final fica uma boa experiência que “vale a pena”. Por a empresa não estar dentro da área tecnológica, Kar Chun não sabe dizer com certeza se estará de volta para o ano. Independentemente, fica claro que, pelo menos enquanto anfitriã, Lisboa deixará saudades e pode mesmo vir a justificar o regresso para o Web Summit 2017.