"Genericamente, descrevemos o WeTruck [tecnologia] como um tanque de energia elétrica sustentável, pois vem substituir o habitual tanque de diesel durante o transporte dos produtos, por via terrestre, em camião ou reboque", explicou à Lusa Bruno Azevedo, um dos fundadores da Addvolt.
Aplicada na empresa de transportes Luís Simões, a tecnologia permite a recuperação da energia da travagem dos veículos, transformando-a em energia elétrica, armazenada nas baterias do WeTruck, que, por sua vez, alimenta o sistema de refrigeração da mercadoria em modo elétrico.
Para além disso, ajuda a "diminuir a produção de CO2, o ruído e as necessidades de manutenção dos veículos".
"O sistema reconhece sempre que o condutor trava o camião ou existe uma desaceleração, sem interferir em caso algum com a dinâmica e operação normal do veículo", explicou o Bruno Azevedo, acrescentando que o sistema "poderá contemplar adicionalmente células fotovoltaicas associadas somente às baterias do WeTruck, aproveitando assim a energia do sol".
Quando o veículo está estacionado, as baterias podem ser carregadas em cerca de uma hora, o suficiente para alimentar o motor elétrico do sistema de refrigeração por um período médio de 4 horas, para além da energia produzida pelas travagens e pelo sol.
A AddVolt, startup fundada em 2014 no seguimento da criação da tecnologia e da qual fazem parte nove profissionais, maioritariamente engenheiros eletrotécnicos, está incubada desde então no Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto (UPTEC).
Os responsáveis pela empresa, "cientes das crescentes restrições ao nível das emissões de CO2 e da instabilidade dos preços nos produtos derivados do petróleo", pretendem desenvolver soluções "disruptivas, inovadoras e amigas do ambiente" para a mobilidade elétrica, reduzindo os custos operacionais das empresas de transportes e o impacto do consumo de combustíveis fósseis.
Com o produto WeTruck, obtiveram o primeiro lugar no iUP25K, concurso de ideias da Universidade do Porto, e o 2º lugar no concurso Iberoamericano, SPIN2014.
Foram também selecionados para a primeira edição do programa inRes - iniciativa do Programa CMU Portugal -, através do qual tiveram a oportunidade de estar cerca de sete semanas nos Estados Unidos, em Pittsburgh e na Carnegie Mellon University, no final de 2014, onde venceram a competição Techstars/Sprint Accelerator.