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China. Prazos de meia hora a 4 horas para relatar incidentes cibernéticos

A Administração do Ciberespaço da China (CAC) anunciou hoje uma nova regulação que obriga os operadores de redes e serviços digitais a reportar incidentes de cibersegurança em prazos que variam de meia hora a quatro horas.

China. Prazos de meia hora a 4 horas para relatar incidentes cibernéticos

© Reuters

Lusa
15/09/2025 10:04 ‧ há 2 semanas por Lusa

Tech

China

A norma, intitulada 'Medidas para a gestão de relatórios de incidentes de cibersegurança', entrará em vigor em 01 de novembro.

 

A CAC definiu como incidentes de cibersegurança aqueles causados por ataques, falhas técnicas ou erros humanos que provoquem danos a sistemas, dados ou serviços com impacto nacional, social ou económico.

O texto, com 14 artigos, estabelece que os operadores de infraestruturas críticas devem notificar as autoridades de proteção e a polícia em menos de uma hora e que estas, em casos "graves ou especialmente graves", devem elevar o alerta à CAC e ao Ministério da Segurança Pública num prazo máximo de 30 minutos.

Os órgãos centrais do Estado terão um prazo de duas horas e os demais operadores, de quatro.

Os relatórios deverão incluir informações básicas sobre o sistema afetado, o tipo de incidente, os danos causados, as medidas adotadas e pistas para uma possível investigação, como vetores de ataque ou vulnerabilidades detetadas.

Em ataques de 'ransomware' - programa malicioso que emprega criptografia, evitando que a vítima tenha acesso aos dados - será obrigatório detalhar o valor exigido como resgate.

A CAC habilitou seis canais para as notificações: um portal específico, um endereço de correio eletrónico, fax e contas oficiais no WeChat - semelhante ao Whatsapp, censurado na China.

Os operadores também serão obrigados a apresentar, no prazo de 30 dias após a resolução do incidente, um relatório final com as causas, os danos, as responsabilidades e as medidas corretivas.

O regulamento prevê sanções para aqueles que ocultem, atrasem ou falsifiquem dados, com agravantes se isso gerar "consequências graves".

Por outro lado, se forem aplicadas medidas razoáveis e for feito um relatório atempado, as autoridades poderão reduzir ou mesmo isentar de responsabilidade.

O anexo da norma estabelece quatro níveis de gravidade, que incluem desde vazamentos de milhões de dados pessoais até a manipulação de portais governamentais com divulgação "em grande escala de informações ilegais".

As autoridades insistem que a medida se inspira em práticas internacionais, como as dos Estados Unidos ou da União Europeia, embora o seu alcance alimente o debate sobre se também constitui um reforço do controlo estatal sobre o ciberespaço num país onde o Google, o X ou o YouTube continuam bloqueados há anos.

Leia Também: EUA sancionam entidades ligadas a burlas cibernéticas no sudeste asiático

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