Num comunicado, o regulador indicou que a secção de tendências e buscas da aplicação exibiu repetidamente publicações que promovem "novidades da vida pessoal de celebridades" e outros conteúdos classificados como "nocivos" pelas autoridades chinesas.
Estas práticas, segundo a Administração, "prejudicam o ecossistema" das redes sociais do país e constituem uma violação das responsabilidades da plataforma no controlo do conteúdo, tendo sido ordenada a "retificação dos problemas dentro de um prazo estipulado".
O organismo avançou ainda que adotará "medidas disciplinares" contra o Xiaohongshu e aplicará "advertências e sanções severas" aos seus responsáveis, embora sem especificar a natureza das punições.
O regulador sublinhou que continuará atento a "infrações graves das leis e regulamentos que comprometam o ecossistema digital" na China.
Em janeiro, o Xiaohongshu ganhou destaque a nível internacional com a chegada em massa dos chamados "refugiados do TikTok" -- utilizadores norte-americanos que migraram para a plataforma após a aplicação de vídeos curtos ter sido temporariamente restringida nos Estados Unidos.
Durante esse período, o Xiaohongshu chegou ao topo das aplicações mais descarregadas na loja da Apple nos Estados Unidos, gerando um raro momento de aproximação digital entre internautas chineses e norte-americanos, num contexto marcado pela tensão política devido ao regresso iminente de Donald Trump à presidência.
Alguns utilizadores norte-americanos, no entanto, notaram e denunciaram formas de censura nos conteúdos da aplicação.
Fundada em 2013 como uma 'app' de recomendações de compras, o Xiaohongshu evoluiu para uma mistura entre Instagram e Pinterest, com foco em fotografias, sugestões de utilizadores e comércio eletrónico. Durante os anos da política de 'zero covid', ganhou grande popularidade entre os jovens chineses e conta hoje com mais de 300 milhões de utilizadores ativos por mês.
A China é o país com mais utilizadores da Internet no mundo -- mais de 1.100 milhões -- mas também um dos que impõe maior controlo sobre os conteúdos 'online', censurando temas sensíveis e bloqueando o acesso a plataformas estrangeiras como Google, Facebook, X (antigo Twitter) ou YouTube.
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