A ferramenta de inteligência artificial(IA) generativa, a AMP-Diffusion, analisa vastos grupos de moléculas antimicrobianas sintéticas (substâncias que matam bactérias) e propõe candidatos para novos antibióticos, medicamentos usados para matar ou impedir a multiplicação de bactérias.
Os cientistas descobriram que, em ratos a infeção cutânea (problemas na pele), os compostos, mais eficazes, concebidos com IA apresentaram um desempenho comparável aos antibióticos aprovados pela Food and Drug Administration (FDA) e não apresentaram efeitos secundários.
Das 46 principais moléculas candidatas que foram geradas e submetidas a testes experimentais, duas demonstraram ser capazes de reduzir infeções cutâneas resistentes a medicamentos em ratos, com uma eficácia comparável à dos antibióticos clínicos atuais.
Durante a pesquisa, as duas moléculas não apresentaram sinais de toxicidade.
A investigação foi liderada pelo professor espanhol na Universidade da Pensilvânia, César de la Fuente, onde lidera o Grupo de Biologia de Máquinas e pelo professor de bioengenharia e ciência da computação, Pranam Chatterjee.
Os investigadores criaram aproximadamente 50.000 moléculas candidatas com a AMP-Diffusion e selecionaram-nas utilizando filtros baseados em IA.
O professor César de la Fuente disse que o projeto demonstrou que as máquinas podem inventar novos antibióticos a partir do zero, abrindo uma nova fronteira no desenvolvimento de medicamentos.
A ferramenta de IA utiliza a "gramática" aprendida das proteínas para propor sequências biologicamente plausíveis, melhorando a atividade antimicrobiana e outras propriedades relevantes para o desenvolvimento de medicamentos, indicou a Universidade da Pensilvânia em comunicado de imprensa.
"Esta é uma prova de princípio de que a IA generativa pode criar novos antibióticos eficazes", disse o professor Chatterjee.
O professor acrescentou que os resultados "apontam para um caminho para o desenvolvimento rápido de terapias que abordem a crescente ameaça da resistência aos antibióticos".
Leia Também: Mais de 1.400 revistas científicas consideradas "problemáticas" por IA