De acordo com o relatório mensal da EDMO divulgado hoje, dos 1.502 artigos intercetados pelas 33 organizações que constituem a rede de verificação de factos, 212 (14%) centram-se na desinformação relacionada com a guerra entre Israel e Irão e 147 (10%) sobre a desinformação relacionada com a guerra na Ucrânia.
Além disso, 82 (5%) eram sobre desinformação referente à imigração e o mesmo número 77 (5%) sobre desinformação referente à União Europeia (UE), covid-19 e alterações climáticas, seguindo-se a desinformação que envolve o conflito entre Israel e Hamas 51 (3%) e 14 (1%) sobre questões LGBT+ e de género.
"O tema mais visado pela desinformação no mês de junho foi a guerra de 12 dias entre Israel e Irão, que também contribuiu para um grande aumento da desinformação gerado por IA", lê-se no relatório.
A maioria da desinformação sobre o tema visava "exagerar o impacto do contra-ataque do Irão contra Israel, alimentando a propaganda estatal iraniana", registando uma "utilização sem precedentes da inteligência artificial, contribuindo para o recorde de conteúdos gerados por IA registados pelo EDMO, que aumentou 10%".
"Em junho, os vídeos sobre esta crise criados com a tecnologia foram os conteúdos mais difundidos entre todas as organizações de verificação de factos do EDMO", devendo-se "à disponibilidade da tecnologia que permite a criação fácil e barata de vídeos realistas com IA".
O relatório deste mês comprova também a tendência dos últimos meses, em que a guerra na Ucrânia também continua a receber muita atenção pelos autores de desinformação, enquanto a desinformação sobre a UE e covid-19 diminuíram, tal como a desinformação sobre o conflito entre Israel e Hamas.
O documento refere ainda o caso português do ataque contra um ator em Lisboa, como um caso de desinformação significativo a nível nacional.
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