Análise a 'Death Stranding 2'. Um dos melhores jogos desta geração

O produtor japonês Hideo Kojima mostra como superar o que era já uma obra de arte provocadora com uma continuação que faz mais e melhor. ‘Death Stranding 2: On The Beach’ está disponível a partir de hoje em exclusivo para a PlayStation 5.

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© Sony Interactive Entertainment / Kojima Productions

Miguel Patinha Dias
26/06/2025 12:40 ‧ há 2 horas por Miguel Patinha Dias

Tech

Análise

Depois de décadas na Konami, o produtor japonês Hideo Kojima fundou o seu próprio estúdio - a Kojima Productions - e, no final de 2019, lançou o seu primeiro jogo enquanto produtor independente. O resultado foi ‘Death Stranding’, um jogo com mecânicas e progressão divisivos entre os jogadores mas que, ainda assim, conseguiu criar uma forte impressão devido à forma como a jogabilidade reforçava o enredo e temáticas abordadas.

 

Cinco anos depois (e uma pandemia pelo meio) chega-nos ‘Death Stranding 2: On the Beach’ - uma continuação direta do anterior e à qual tivemos acesso por via de um código enviado antecipadamente pela PlayStation de forma a apresentarmos uma análise mais aprofundada em relação a esta ‘sequela’.

Antes de começarmos convém, no entanto, fazer alguns avisos. Por aqui somos fãs do trabalho de Hideo Kojima. Não só pelo trabalho enquanto criador da saga ‘Metal Gear Solid’, como também do primeiro ‘Death Stranding’. Tal como pode ler pela nossa análise publicada na altura, considerámos ‘Death Stranding’ um jogo com uma forte personalidade e com mecânicas inovadoras que desafiam os fundamentos mais básicos do que é um videojogo e uma experiência vivida online.

Sem ainda o sabermos na altura, ‘Death Stranding’ foi ainda um prenúncio do que viriam ser os anos da pandemia, do distanciamento social, da necessidade que, enquanto sociedade, tivemos de conexões humanas e (muitas vezes) de pessoas que pudessem trazer-nos comida e as mais variadas encomendas à porta de casa. ‘Death Stranding’ foi, portanto, um jogo à frente do seu tempo e este estatuto coloca, naturalmente, algumas dificuldades ‘Death Stranding 2: On the Beach’.

Notícias ao Minuto© Sony Interactive Entertainment / Kojima Productions  

Afinal, como superar um trabalho tão original como ‘Death Stranding’ e deixar uma mensagem tão pungente com a sua narrativa? Para nossa felicidade enquanto fãs de Hideo Kojima, depois de jogar a ‘Death Stranding 2: On the Beach’ durante as últimas semanas podemos dizer que este é não só um melhor jogo do que o original, como também é possívelmente um dos melhores da carreira do produtor japonês de 61 anos.

Ainda na senda dos avisos: se está a ler esta análise saiba que não jogámos à ‘Director’s Cut’ do original em profundidade, pelo que não temos certezas se algumas das mudanças verificadas nesta continuação se encontravam nessa edição, e que não daremos qualquer ‘spoiler’ sobre o enredo. A história de ‘Death Stranding 2: On the Beach’ começa menos de um ano após o desfecho do original e os acontecimentos ‘sensíveis’ têm início muito pouco tempo após o começo do jogo. Por isto mesmo, não teceremos quaisquer comentários sobre momentos-chave.

Por muito que o próprio Hideo Kojima tenha revelado alguns momentos altos nos trailers de ‘Death Stranding 2: On the Beach’ que foram lançados até aqui, um jogo do autor nipónico quer-se fresco e com capacidade de surpreender, pelo que terá mesmo de confiar em nós quando tivermos algum comentário mais vago sobre o enredo. Posto isto, vamos adiante com a análise.

Os acontecimentos de ‘Death Stranding 2: On the Beach’ têm lugar onze meses depois do final do primeiro jogo, com Sam Bridges (interpretado por Norman Reedus, de ‘The Walking Dead’) a viver em reclusão com Louise - mais conhecida por Lou ou BB-28. Trata-se da pequena bebé que Sam transportou ao peito durante todo o jogo anterior enquanto ligavam a Chiral Network (ou Internet) das cidades que viriam a formar a United Cities of America no território da América do Norte, devastado após o evento cataclísmico que foi a Death Stranding e o aparecimento de misteriosas criaturas conhecidas como Beached Things ou, de forma mais simples, BTs.

Notícias ao Minuto© Sony Interactive Entertainment / Kojima Productions  

Ao contrário do começo do primeiro jogo, ‘Death Stranding 2: On the Beach’ tem um início muito mais leve na medida que não ‘inunda’ os jogadores de nomes, eventos, conceitos e personagens. Os jogadores de ‘Death Stranding’ já estarão certamente familiarizados com o mundo de jogo (e o ‘recap’ no menu certamente ajudará a recordar os acontecimentos passados), mas nota-se a atenção que a equipa da Kojima Productions teve de tornar o começo de ‘Death Stranding 2: On the Beach’ mais tranquilo e permitir que os jogadores conseguissem contemplar e desfrutar deste regresso de Sam e Lou.

Verdade se diga, é fácil ficar deslumbrado com as primeiras horas de jogo. Se o Decima Engine já ajudou a proporcionar um grafismo super realista em ‘Death Stranding’ em 2019, o motor de jogo criado pela Guerrilla Games (‘Horizon Forbidden West’) atinge novos patamares de realismo e beleza com esta continuação. O começo de ‘Death Stranding 2: On the Beach’ tem lugar nas montanhas perto da fronteira com o México e é desde logo de tirar a respiração - uma sensação que o jogador terá várias vezes ao longo da nova jornada de Sam, que começa com uma visita de Fragile (novamente interpretada pela atriz Léa Seydoux), agora fundadora da organização Drawbridge que procura conectar à Chiral Network os territórios fora dos EUA.

Convencido a tomar parte nesta iniciativa enquanto Fragile cuida de Lou, Sam parte numa nova viagem pelo México (e mais tarde pela já confirmada Austrália) com novas personagens para conhecer, terrenos acidentados para percorrer e também perigos (humanos e sobrenaturais) para defrontar. ‘Death Stranding 2: On the Beach’ continua a ser inegavelmente um jogo da autoria de Hideo Kojima, na medida que mantém toda a atenção ao detalhe e a sua quota parte de elementos bizarros, assim como momentos engraçados.

Notícias ao Minuto© Sony Interactive Entertainment / Kojima Productions  

Coisas novas sim, mas fiel ao conceito

Uma das áreas em que se nota a maior evolução é sem dúvida na variedade dos terrenos que são atravessados por Sam. Enquanto no original os jogadores passaram por cenários acidentados e origem quase vulcânica com montanhas de neve - semelhantes aos de um país como a Islândia ou a Noruega - em ‘Death Stranding 2: On the Beach’ o jogador atravessará formações rochosas, pântanos, desertos, florestas e também grandes picos montanhosos.

É, de facto, uma variedade que não tem comparação com o que foi oferecido no antecessor, algo que fica ainda mais evidente pela existência de riscos inerentes a estes biomas. Numa floresta poderá ter de lidar com um incêndio, nas montanhas um deslizamento de terra e no deserto com uma tempestade de areia. Por outro lado, os sismos acontecem quando menos se espera e podem ajudar a desequilibrar Sam nos momentos menos oportunos. Felizmente, nenhum deles é demasiado frequente para que se tornem frustrantes, sendo que há também a mencionar o regresso da chuva (conhecida no jogo como Timefall) que continua a ser capaz de deteriorar rapidamente as encomendas carregadas por Sam.

Isto sem falar em novas facções de inimigos humanos cada vez melhor equipados e temíveis e dos já referidos BTs, que assumem em ‘Death Stranding 2: On the Beach’ diferentes formas fantasmagóricas. Existem também criaturas feitas a partir de alcatrão que povoam certas áreas do mapa e que podem tornar-se obstáculos difíceis de contornar na rota entre as cidades e ‘bunkers’ onde estão refugiadas as povoações do México e da Austrália. Falamos, por exemplo, dos bandos de aves que atacam Sam de imediato mal este se aproxima, afetando negativamente a bateria do equipamento que ajuda o protagonista na sua travessia.

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Todos estes elementos podem parecer apenas mais dores de cabeça para os jogadores, mas sublinhamos que ajudam a tornar cada viagem entre os diferentes destinos mais dinâmicas e variadas. O jogador é assim obrigado a adaptar a estratégia consoante o destino escolhido, fazendo assim que experimente novos itens e tenha sempre um plano de recurso. Afinal de contas, ninguém gosta de deixar uma entrega a meio.

No departamento de jogabilidade, notam-se melhorias a um modelo que os fãs já consideravam muito completo. ‘Death Stranding’, que começou por ser criticado como um ‘walking simulator’ (‘simulador de caminhadas’, em português), teve como base um reformular dos sistemas mais básicos de jogabilidade nos videojogos ao tornar cada ida do ponto A ao ponto B significativo, obrigando o jogador a pensar em todos os desafios que se pudessem atravessar no seu caminho - fossem eles rios mais profundos ou encostas mais íngremes.

Este conceito criou, naturalmente, algumas dificuldades aos jogadores aquando o lançamento de ‘Death Stranding’ em 2019, com muitos a criticarem a ‘fricção’ e a elevada curva de aprendizagem do começo do jogo. O conceito é neste momento mais familiar mas, ainda assim, podemos dizer que a referida ‘fricção’ foi imensamente reduzida com ‘Death Stranding 2: On the Beach’.

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A navegação pelos menus está mais linear, as opções disponíveis estão mais claras e até distribuir o peso da carga carregada por Sam também é muito mais simples. Sobra mais espaço para desfrutar sem aumentar o nível de dificuldade - algo digno de nota tendo em conta que há mais ferramentas à disposição, uma maior seleção de estruturas para construir e também formas de abordar cada entrega ou cada acampamento.

Muitas destas abordagens podem parecer redundantes mas, tendo em conta que algumas recorrem à bateria de Sam e outras a cristais Chiral apanhados no mapa, consideramos que foi atingido em ‘Death Stranding 2: On the Beach’ um equilíbrio ‘saudável’ entre as várias possibilidades. Uma destas opções tem a forma de Dollman, uma pequena marioneta viva que acompanha Sam na viagem e que pode ser atirada para o céu, lá permanecendo para que o jogador consiga avaliar o terreno (e inimigos) que tem adiante.

É uma função que anteriormente era cumprida apenas pelas torres de vigia que o jogador podia construir e, apesar de continuarem relevantes por proporcionarem uma maior visão e conseguirem marcar itens e inimigos automaticamente, a possibilidade de usar Dollman faz com que o jogador nunca se sinta fora de opções ou achar que devia ter levado consigo mais ferramentas ou materiais de construção.

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'Death Stranding' e 'Metal Gear Solid'

Esta variedade de opções é complementada com a maior diversidade de missões. A grande maioria das missões continua a ser baseada na entrega de encomendas, mas algumas pedem (por exemplo) invadir um campo inimigo e trazer uma encomenda roubada, eliminar um determinado número de inimigos numa certa área ou até fazer o resgate de alguma pessoa importante.

Convém referir também que, em ‘Death Stranding 2: On the Beach’, a Kojima Productions parece ter criado uma experiência muito mais semelhante a ‘Metal Gear Solid’ do que no anterior. Foi dada uma maior atenção ao combate corpo a corpo e há mais opções para ajudar na infiltração, pelo que os fãs das aventuras de Solid/Naked/Venom Snake se sentirão um pouco mais em casa. Apesar disto, diríamos que ‘Death Stranding 2: On the Beach’ não descaracteriza a experiência e continua a ser um jogo assente sobretudo na navegação e nas entregas de encomendas.

A ajudar na tarefa estão os itens deixados pelas travessias de outros jogadores de ‘Death Stranding 2: On the Beach’ que, de acordo com a utilidade, recebem ‘likes’ dos jogadores e podem ser a diferença entre uma missão bem-sucedida ou falhada. Sobretudo aquelas com condições específicas para serem cumpridas - como entregar uma pizza no espaço de alguns minutos (ainda quente) sem colocar a encomenda na vertical.

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Os jogadores têm também à disposição um novo sistema - APAS - que lhes permite ‘personalizar’ Sam à sua forma de jogar. Ao ganhar pontos a completar encomendas será possível gastá-los a, por exemplo, melhorar a eficiência energética das motas e camiões usados por Sam, criar uma espécie de ‘sonar’ que alerta o jogador para a presença de inimigos nas proximidades, entre muitas outras opções. Além disso, dependendo da forma como se joga, o jogador verá determinados atributos de Sam serem reforçados, como a força, capacidade de infiltração ou até de carregar um maior número de encomendas.

A Kojima Productions incluiu também outras opções de personalização que vão além da alteração de cores dos veículos ou do fato de Sam. Agora os jogadores poderão também criar componentes para a mala de carga de Sam, que podem ir desde dispositivos que ajudam o protagonista a equilibrar-se, a carregar bateria com energia solar ou acrescentar espaço extra para granadas ou munições. O espaço disponível é limitado, pelo que terá certamente de fazer algumas opções dependendo da missão que escolha.

A experiência mantém-se praticamente inalterada em relação ao jogo original mas, assim que são somadas todas estas melhorias e pequenas alterações, temos diante de nós uma continuação praticamente perfeita. Não só no que diz respeito ao próprio design de ‘Death Stranding 2: On the Beach’ como também em relação ao conceito original de Kojima.

Notícias ao Minuto© Sony Interactive Entertainment / Kojima Productions  

Um portento visual e sonoro

Se em ‘Death Stranding’ já havia momentos em que era fácil para o jogador entrar num estado quase ‘zen’ ao navegar pelo mundo de jogo a fazer entregas ou a construir estradas (e agora ‘monorails’) entre as várias cidades, ficará feliz por saber que em ‘Death Stranding 2: On the Beach’ esta sensação continua e também é muito mais frequente. Sobretudo tendo em conta que, desta vez, é possível fazer uma ‘playlist’ com músicas desbloqueadas durante o progresso do jogo e ouvir alguns temas escolhidos a dedo por Kojima. Entre os nomes escolhidos temos não só Woodkid, Chvrches, Low Roar e Caroline Polachek como também outros nomes (recomendáveis) que poderá não conhecer, como Grimm Grimm, Gen Hoshino e Daichi Miura.

Já aludimos ao facto de o Decima Engine ser usado de uma forma especialmente exemplar em ‘Death Stranding 2’, mas gostaríamos de sublinhar que do ponto de vista gráfico ‘Death Stranding 2: On the Beach’ é um verdadeiro portento. Os efeitos de chuva e de calor estão entre os melhores que já vimos em videojogos e terá sérias dificuldades em não parar frequentemente para admirar a paisagem que tem diante de si. Nota-se que foi um jogo feito com grande cuidado e atenção ao detalhe, algo a que Kojima já habituou os fãs mas que em ‘Death Stranding 2: On the Beach’ atinge um novo nível de qualidade. É, sem sombra de dúvida, um dos jogos graficamente mais belos e tecnicamente avançados que jogámos em consolas.

O mesmo cuidado e atenção verifica-se nos modelos das personagens. Desde ‘Death Stranding’ que os atores e personalidades públicas convidadas por Kojima têm direito a modelos de ‘luxo’, mas nesta continuação arriscamos dizer que estão mais próximos das suas versões reais do que nunca. Além dos já referidos Norman Reedus e Léa Seydoux, poderá ainda encontrar as participações de Elle Fanning, Troy Baker, Shioli Kutsuna, Luca Marinelli, Alastair Duncan, Alissa Jung e Debra Wilson, com os realizadores George Miller e Nicolas Winding Refn a também terem contribuído para o conjunto principal do elenco. Há claro, muitos outros convidados secretos que vão desde músicos, nomes conhecidos da animação japonesa e até uma VTuber (ou Youtuber Virtual).

Notícias ao Minuto© Sony Interactive Entertainment / Kojima Productions  

Resta ainda dizer que jogámos numa PlayStation 5 ‘standard’ com o modo Qualidade ativo. Normalmente damos preferência a modos que ofereçam a experiência mais fluída possível com 60fps mas, em ‘Death Stranding 2: On the Beach’, considerámos o modo escolhido tão fluído que não sentimos necessidade de fazer qualquer alteração. Além disso, damos também os parabéns à Kojima Productions por lançar um jogo em que, em mais de 30 horas de jogo, não tivemos qualquer ‘bug’. Numa indústria que está cada vez mais dependente de atualizações no dia de lançamento, é bom ver que ainda há estúdios com brio capazes de criar uma experiência tão polida quanto possível.

Considerações finais

Se ‘Death Stranding’ já era uma obra de arte e uma experiência inovadora, ‘Death Stranding 2: On the Beach’ mostra um autor/criador que continua a superar-se em praticamente todos os níveis. Não será certamente uma experiência para todos, mas os que tenham decidido completar o original têm neste título um jogo que não só oferece mais do que gostaram como também é em praticamente tudo melhor do que o antecessor.

A história está mais envolvente, emotiva e (em algumas situações) abertas à interpretação dos jogadores, mantendo as pequenas ‘bizarrias’ pelas quais Kojima é conhecido e que, por esta altura, são mais um charme extra do que algo para levar 100% a sério dado que emprestam alguma dose de humor. As lutas com ‘bosses’ também têm lugar em cenários de arregalar os olhos e, mesmo que continuem sem estar ao nível de ‘bosses’ icónicos da saga ‘Metal Gear Solid’, conseguem ainda assim cumprir o seu papel enquanto pontos altos.

Por tudo isto, sentimo-nos confiantes em afirmar que ‘Death Stranding 2: On the Beach’ é não só um dos melhores títulos disponíveis para a PlayStation 5, como também lançado nesta geração de consolas. Obrigatório para os fãs de Hideo Kojima e um título seriamente a considerar por todos os que procurem uma experiência diferente de tudo o que está atualmente disponível.

Pontos fortes

- História mais emotiva e com grandes interpretações;

- Nível gráfico praticamente sem paralelo nas consolas;

- Experiência tecnicamente fluída e sem ‘bugs’;

- Mais variedade e diversidade sem comprometer o conceito;

- Elementos bizarros e engraçados que, no entanto…


Pontos fracos

- … Podem por vezes impactar o ‘peso emocional’ de certos segmentos.

[Artigo atualizado às 14:04]

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