"A ideia era desafiar a expectativa do que uma protagonista pode ser", disse o produtor executivo Sev Ohanian, numa mesa redonda em que a Lusa participou.
Riri "é uma anti-heroína" que, na sua paixão pela ambição, se dispõe a fazer coisas questionáveis e leva a audiência a duvidar se está do seu lado.
"Está disposta a quebrar as regras para atingir os objetivos, o que é desafiante porque arriscamos que a audiência não concorde com as suas decisões", acrescentou a produtora executiva Zoie Nagelhout. "Mas isso torna-a mais interessante para nós".
A personagem, uma jovem afro-americana genial que entrou no MIT numa idade precoce, apareceu inicialmente no filme 'Wakanda Para Sempre'. É interpretada por Dominique Thorne, que regressa para dar corpo à jovem genial que quer desenvolver um fato de ferro mais inteligente e resistente que o de Tony Stark.
Mas esta história dá guinadas inesperadas, levando os fãs para os subúrbios de Chicago, onde um grupo muito diverso de criminosos leva a cabo assaltos elaborados, e Riri Williams acaba a lutar contra magia. Há personagens não binárias, um bot de Inteligência Artificial não convencional e outras surpresas.
"Queríamos representar o mundo de Riri, por isso fomos buscar muito à banda desenhada para a rodear das pessoas importantes que tornam esse mundo único", explicou Zoie Nagelhout, ao mesmo tempo que criavam uma história inédita.
Por exemplo, Parker Robbins/The Hood (encarnado por Anthony Ramos) não é o vilão primário que Riri enfrenta na banda desenhada, mas a equipa viu potencial em explorar como a relação entre ambos se podia desenrolar e como a tecnologia e a magia se enfrentariam no ecrã.
"Ela é alguém tão inteligente e capaz que pô-la contra elementos supernaturais, de que não percebe nada. É muito mais interessante que vê-la enfrentar um inimigo tecnológico", salientou a produtora.
A série estava inicialmente prevista para 2023, mas foi adiada devido à greve dos argumentistas em Hollywood. Desde que a Marvel lançou o trailer oficial muitos fãs criticaram a história, algo que Zoie Nagelhout desvalorizou.
"A Marvel tem uma audiência gigante e quando tentamos criar conteúdos para toda a gente desfrutar nunca vamos agradar a todos", referiu. "No fim de contas, temos de contar uma história autêntica enraizada em boa arte e confiámos na nossa equipa para contar uma história em que acreditamos".
'Coração de Ferro' é uma criação da afro-americana Chinaka Hodge com produção de Ryan Coogler, o realizador de 'Wakanda Para Sempre'.
A história envereda por caminhos imprevistos e acaba por ser a porta de entrada no universo cinemático da Marvel de um vilão há muito antecipado pelos fãs. "Esperámos muito tempo para o usar de uma forma certa e também surpreendente", salientou Nagelhout.
"Sabíamos que a melhor forma de usar um personagem como este era subverter as expectativas das pessoas", continuou. "Acho que ninguém esperava que ele aparecesse pela primeira vez em 'Coração de Ferro', mas os temas que representa encaixam tão bem que não tivemos dúvidas em tê-lo no culminar destes seis episódios".
O elenco inclui ainda Lyric Ross, Manny Montana, Shea Couleé e Alden Ehrenreich.
'Coração de Ferro' é uma minissérie de seis episódios com estreia marcada para 25 de junho em Portugal.
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