Publicado na revista Nature Machine Intelligence, o estudo, feito em colaboração com o Centro de Excelência em Ciências do Cérebro e Tecnologia Inteligente, recorreu a 4,7 milhões de decisões de modelos de IA aplicados à tarefa cognitiva conhecida como "o intruso" - identificar qual de três objetos é o mais diferente dos outros dois -, abrangendo 1.854 objetos do mundo natural.
Os investigadores identificaram 66 dimensões conceptuais estáveis e interpretáveis, organizadas de forma semelhante à cognição humana. A análise foi complementada com dados de imagem cerebral humana, que revelaram correspondência entre as representações internas dos modelos e a atividade cerebral em regiões como a área fusiforme facial ou o córtex parahipocampal, associadas ao processamento visual e conceptual.
Apesar de os modelos não replicarem integralmente o pensamento humano, os autores sublinham que estes resultados reforçam o seu potencial para o desenvolvimento de arquiteturas cognitivas mais próximas da mente humana.
O estudo surge num contexto de crescente notoriedade dos modelos de linguagem chineses, como o Deepseek, Doubao ou Yuanbao, que têm ganho destaque mediático e económico por rivalizarem com alternativas norte-americanas a custos mais baixos.
Os especialistas alertam, no entanto, para os limites impostos pela censura e a dificuldade na expansão global dos sistemas chineses.
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