Estudo: Menos ozono estratosférico e mais radiação UV em latitudes médias

A camada de ozono não está recuperar tão rapidamente como era esperado, o que leva a níveis mais altos de radiação ultravioleta (UV) na superfície da Terra, indica um estudo divulgado na revista científica Advances in Atmospheric Sciences.

Portugal deixa escapar maior parte de gases nocivos para ozono, alerta Zero

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Lusa
02/06/2023 15:03 ‧ 02/06/2023 por Lusa

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Embora as projeções indicassem que a camada de ozono, que protege a superfície da Terra da radiação ultravioleta, deveria recuperar totalmente em meados do século, investigadores chineses descobriram níveis crescentes de radiação ultravioleta nos trópicos e nas latitudes médias do norte desde 2010, o que representa um risco para a saúde humana e para o meio ambiente.

"A nossa análise mostra níveis alterados de ozono e uma maior radiação UV na superfície durante mais de uma década depois de 2010", disse o principal autor do estudo Yan Xia, da Universidade Normal de Pequim, citado pela agência de notícias espanhola Europa Press.

Segundo o cientista, "a recuperação mais lenta do ozono estratosférico é em grande medida inesperada".

A equipa analisou dados de satélite e simulações de modelos para avaliar as mudanças de longo prazo nos níveis de ozono e UV na superfície em todo o mundo.

"Observámos uma diminuição dos níveis de ozono e um aumento da radiação ultravioleta em latitudes entre 30ºS e 60ºN após 2010", indicou Xia. "Sobretudo no hemisfério norte, a magnitude crescente da radiação ultravioleta da superfície de 2011 a 2020 atingiu 0,5 a 1,4% anualmente. Isto não deve ser tratado de forma leviana".

O investigador assinalou que "a monitorização contínua dos níveis de ozono e de radiação ultravioleta é importante para se entender melhor porque é que a recuperação do ozono está atrasada e se a tendência continuará", acrescentando que os decisores e o público devem conhecer e preparar-se para "os efeitos nocivos da radiação UV no meio ambiente, agricultura e saúde".

A investigação contínua e a aplicação de políticas como o Protocolo de Montreal (acordo global para proteger a camada estratosférica de ozono através da eliminação progressiva dos químicos que a danificam) são essenciais para reverter a tendência para piorar, reduzir a exposição aos raios UV e proteger a vida na terra nas próximas décadas, sustentam os autores do estudo.

A vigilância da camada de ozono em Portugal é realizada pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera. As estações portuguesas fazem parte da rede Global Amosphere Watch e da Organização Meteorológica Mundial "contribuindo para uma melhor cobertura observacional à escala global", de acordo com informação no 'site' do IPMA.

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