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Matt Smith: "A série é sobre o amor, a política e a raiva de uma família"

A luta dentro da família Targaryen pelo Trono de Ferro é o foco da série 'House of the Dragon', produzida por Ryan Condal e Miguel Sapochnik, que realizou alguns dos episódios mais importantes de "A Guerra dos Tronos".

Matt Smith: "A série é sobre o amor, a política e a raiva de uma família"
Notícias ao Minuto

10:59 - 19/08/22 por Lusa

Tech HBO

"A série é sobre o amor, a política e a raiva de uma família", disse o ator Matt Smith, que interpreta o príncipe Daemon Targaryen, numa mesa-redonda em Los Angeles em que a Lusa participou.

"É sobre o fogo e a ascensão ao poder, sobre dragões e sobre luxúria", descreveu. "É sobre todas estas qualidades humanísticas e normais que compõem qualquer família, mas a uma escala mais elevada e com dragões".

O ator inglês, mais conhecido como "Doctor Who", disse que o seu conhecimento de português o ajudou a aprender o idioma fictício High Valyrian, língua materna dos Targaryen, por este ser "uma mistura de latim e árabe".

É frequentemente neste idioma que o príncipe Daemon Targaryen fala com a sobrinha Rhaenyra Targaryen. Daemon torna-se um dos pretendentes à sucessão no Trono de Ferro quando o seu irmão, o rei Viserys Targaryen (Paddy Considine), fica sem herdeiro tradicional (um filho homem) e nomeia a princesa Rhaenyra para a coroa.

Daemon mostra um lado cruel e perturbador logo no primeiro episódio, mas Matt Smith disse que a personagem é complexa.

"Ele é o príncipe da cidade e um pouco diferente, porque é uma espécie de forasteiro, um dissidente", descreveu o ator. "É muito interessante e impossível de conhecer".

A sua relação com a sobrinha Rhaenyra será central na trama, uma vez que têm laços de sangue, vão lutar pelo mesmo trono e são tratados de forma diferente por causa do seu género.

Segundo Emma D'Arcy, que interpreta Rhaenyra Targaryen, a princesa "tem uma profunda similaridade e familiaridade com o tio Daemon mas as regras são diferentes para ambos".

Tal como o tio, a princesa também se vê como uma forasteira na própria família, alguém que se sente "em desacordo com a forma como é vista pelo mundo". Mas por motivos diversos: "Ela tem consciência de como os homens e mulheres são tratados de forma diferente".

O papel dos homens e das mulheres neste "mundo retrógrado", como caracterizou o co-'showrunner' Ryan Condal noutra mesa-redonda, dá forma à trama numa luta fratricida que decorre 200 anos antes dos eventos de "A Guerra dos Tronos".

O rei Viserys, descreveu o ator Paddy Considine, é "virtuoso e genuíno", um rei que "não é um tirano" nem é movido pelo poder, mas a sua busca por ter um filho herdeiro gera uma enorme tragédia na sua vida e "um ponto de viragem para o reino".

Esse ponto está ligado a um dos arcos narrativos mais interessantes da série: a importância dos partos, que marcam momentos decisivos na história.

"Os partos são importantes porque os imaginámos como o equivalente para as mulheres de irem para a guerra na Idade Média", explicou o corresponsável e realizador Miguel Sapochnik. "Era tão importante e perigoso como os homens irem para os campos de batalha".

"Elas tinham, penso, uma hipótese de 50% de sobrevivência. É difícil para nós imaginar, mas era algo seriamente perigoso". Ao longo da série haverá múltiplos partos, por isso os criadores perceberam que lhes podiam dar temas específicos para descrever diferentes experiências.

A questão dos partos e o papel da mulher estão intimamente relacionados com a sucessão na família dos dragões, que é o fio condutor da história baseada no livro "Fogo e Sangue", de George R.R. Martin.

"Este é um mundo profundamente retrógrado de acordo com a lente moderna, é a Idade Média", descreveu Ryan Condal. "A estrutura social aristocrática que esmaga as pessoas e as mantém na sua classe e posição existem", disse, referindo que, embora a série não seja "A Guerra dos Tronos", se situa nesse mundo medieval.

A personagem interpretada por Fabien Frankel, Ser Criston Cole, é um reflexo dessa estrutura de classes. Nascido numa família de Dorne de classe baixa e com poucas posses, o cavaleiro de pele morena e cabelo escuro é tratado de forma diferente.

"Na série original, a forma como as famílias ricas de Westeros falam dos dorneses é desprezível e sem respeito", disse Fabien Frankel. "Imaginei como seria ser alguém que é dali, mas nunca foi mesmo dali. Há um afastamento quando se tem aquele aspeto e as pessoas sabem-no pela cor da pele e do cabelo num mundo muito branco e muito loiro".

Para Ryan Condal, uma prequela sobre os Targaryen permitiu explorar toda a mitologia desta família sobrenatural que veio de Old Valyria, conquistou Westeros e reinou durante 300 anos antes de cair.

"Entramos nas suas cabeças através da história de Daenerys, mas o que ela sabe e o que sabemos da série original é uma lenda, um mito da dinastia Targaryen", disse Condal.

A série "permite voltar atrás e mostrar a realidade", quando os Targaryen estão no auge do poder e influência. "Eles são incontestados por qualquer outra Casa porque são os únicos que têm dragões", referiu Condal. "É uma história muito interessante de contar, porque podemos dramatizar o que a Daenerys perdeu e o que está a tentar recuperar durante 'A Guerra dos Tronos'".

'House of the Dragon' estreia-se na segunda-feira, dia 22, na HBO Max Portugal.

Leia Também: House of the Dragon: Como o patriarcado prefere implodir a coroar mulher

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