Aposta na monitorização do lixo espacial deve ser prioridade nacional

O presidente da agência espacial portuguesa (Portugal Space), Ricardo Conde, disse hoje que Portugal tem condições para assumir um papel "muito relevante" na monitorização do lixo espacial, existindo algumas empresas nacionais que "já dão cartas" nesta área.

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Lusa
09/06/2022 16:48 ‧ 09/06/2022 por Lusa

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Portugal Space

"A monitorização do lixo espacial é um dos eixos programáticos onde nós queremos que Portugal tenha um papel muito relevante no contexto europeu e mundial", disse à Lusa Ricardo Conde, em declarações à margem da 5.ª edição da New Space Atlantic Summit, que decorreu hoje em Aveiro.

O lixo espacial engloba fragmentos de foguetes e satélites ou outros equipamentos inoperantes que estão em órbita da Terra, representando um risco para os satélites em funcionamento, e por isso é cada vez mais importante prevenir colisões.

"No final desta década, temos mais de 100 mil satélites em órbita. Isto leva a preocupações em vários domínios. Uma colisão agrava o problema exponencialmente", disse Ricardo Conde.

O presidente da Portugal Space referiu que a agência vai propor ao Governo um incremento na aposta dos programas dedicados à monitorização do lixo espacial, no sentido de colocar as empresas portuguesas a providenciar serviços nesta área, sustentando que esta deve ser uma "prioridade nacional".

"Portugal tem de fazer escolhas. Os países pequenos fazem escolhas. Temos que dizer quais são na realidade os nichos que queremos abordar. Um deles é o lixo espacial. É um dos eixos estratégicos e é onde Portugal pode estar dimensionado para ter capacidade", disse.

Atualmente, segundo Ricardo Conde, já há várias empresas portuguesas com alguma dimensão e algumas 'startups' que atuam na prestação de serviços na área da monitorização do lixo espacial e também na parte da remoção do lixo espacial.

O presidente da Portugal Space afirmou ainda que para ser uma nação espacial, Portugal tem de ser uma nação 'fly'. "Temos que voar. Temos que ter satélites", disse, adiantando que a agência espacial portuguesa tem a "grande ambição" de lançar até 2025 uma "constelação" de satélites, para ajudar "na gestão do território e monitorização do Atlântico".

O projeto "Atlantic Constellation" (Constelação Atlântica), desenvolvido em conjunto com o Governo espanhol, foi submetido à agenda do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

"Neste momento os consórcios já estão organizados. Estão à espera da luz verde do PRR para iniciar esse programa", disse Ricardo Conde.

A 5.ª edição da New Space Atlantic Summit, que decorreu sob o lema "Making Space for a Sustainable Earth", deu especial atenção às tendências, às novas tecnologias, aos novos serviços e a soluções inovadoras em toda a cadeia de valor do setor espacial.

Leia Também: China lança mais uma missão tripulada para a estação espacial Tiangong

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