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Efeitos do maior ataque informático continuam a fazer-se sentir

O maior ataque informático singular alguma vez feito à escala internacional continua hoje a fazer-se sentir-se, enquanto se vão conhecendo detalhes sobre a ação de um gangue de piratas ligado à Federação Russa.

Efeitos do maior ataque informático continuam a fazer-se sentir
Notícias ao Minuto

07:48 - 06/07/21 por Lusa

Tech Segurança

Em termos simples, os piratas usaram uma ferramenta que ajuda a proteger contra ataques de 'malware' (programas informáticos maliciosos) para, pelo contrário, o espalhar de forma geral.

Uma filial do conhecido grupo de piratas REvil, que ficou famosa por ter extorquido 11 milhões de dólares (9,3 milhões de euros) à empresa de carnes JBS, depois de um ataque no feriado do Memorial Day, em que os EUA homenageiam os militares mortos em combate, fez milhares de vítimas na sexta-feira, em pelo menos 17 países.

Estes ataques foram realizados através de empresas que controlavam remotamente infraestruturas em tecnologias de informação de vários clientes, revelaram analistas em segurança informática.

O REvil tem exigido resgates de até cinco milhões de dólares. Mas no último domingo propôs-se, em mensagem no seu sítio na designada 'dark web', disponibilizar um programa informático com uma chave universal que desbloquearia todas as máquinas afetadas em troca de um pagamento de 70 milhões de dólares.

A Suécia foi o país mais afetado pelo ataque, ou pelo menos o mais transparente. O seu ministro da Defesa, Peter Hultqvist, lamentou hoje "um ataque sério às funções básicas da sociedade sueca".

Durante uma entrevista televisiva, disse que o ataque "mostrou o quão frágil o sistema é, quando se trata da segurança das tecnologias de informação e que se precisa de estar a trabalhar constantemente no desenvolvimento das capacidades de autodefesa".

A maior parte das 800 lojas da cadeia retalhista Coop estiveram fechadas durante o fim de semana, porque o seu fornecedor de programas informáticos para as caixas registadoras foi um dos atingidos. E continuaram fechadas hoje.

Entre os atacados na Suécia estiveram também a cadeia farmacêutica e a de fornecimento de combustíveis, o operador ferroviário e a operadora de televisão pública SVT.

Um leque amplo de empresas e serviços públicos foram atacados. A empresa de cibersegurança ESET identificou vítimas em países como Reino Unido, África do Sul, Canadá, Argentina, México, Indonésia, Nova Zelândia e Quénia.

Os piratas informáticos utilizam programas maliciosos para bloquear sistemas, que só libertam em troco do pagamento de resgates.

Na Alemanha, uma empresa de serviços informáticos não identificada disse às autoridades que milhares dos seus clientes tinham sido comprometidos, segundo a agência noticiosa DPA.

Entre as vítimas estão também duas das maiores empresas de serviços informáticos holandesas, a VelzArt e a Hoppenbrouwer Techniek.

A maior parte das vítimas não divulga o facto de ter sido atacada nem se pagaram resgates.

No domingo, a polícia federal dos EUA (FBI, na sigla em Inglês) emitiu um comunicado em que afirmou que a escala do ataque "pode significar uma incapacidade de resposta individual a todas as vítimas".

A assessora de Biden para a Segurança Nacional, Anne Neuberger, também divulgou um comunicado em que afirmou que o presidente dos EUA "instruiu os recursos do governo para investigarem este incidente" e apelou a todos os que se sentiram atacados a contactar o FBI.

No sábado, Biden sugeriu que os EUA iriam responder se se soubesse que o Kremlin estava envolvido. Há menos de um mês, Biden pressionou o seu homólogo russo, Vladimir Putin, para deixar de dar abrigo seguro ao REvil e outros gangues dedicados à extorsão de resgates através de ataques informáticos, que os EUA veem como uma ameaça à sua segurança nacional.

Hoje, o porta-voz de Putin, Dmitry Peskov, disse que a Federação Russa desconhecia este ataque, mas deu a entender que poderia vir a ser discutido por russos e norte-americanos, em futuras consultas sobre questões de cibersegurança, sem mencionar qualquer data.

Dirigentes dos EUA asseguram que os grupos de piratas informáticos mais fortes estão baseados na Federação Russa e Estados aliados e operam com a tolerância do Kremlin e por vezes associados com os serviços de segurança russos.

Leia Também: Mais de mil empresas afetadas por ciberataque à Kaseya

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