Bruxelas quer criar Unidade de Cibersegurança Conjunta face a ataques
A Comissão Europeia propôs hoje a criação de uma Unidade de Cibersegurança Conjunta para responder ao "número crescente de ciberincidentes que têm um impacto nos serviços públicos, assim como na vida das empresas e dos cidadãos".
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"O cenário de ameaças continua a evoluir e a aumentar exponencialmente e a nova grande ameaça é a cibersegurança. Esta Comissão (...) decidiu tirar a cibersegurança do domínio tecnológico, porque isto já não é uma consideração industrial, é uma questão de segurança nacional", frisou, na conferência de imprensa de apresentação da iniciativa, o comissário para a Promoção do Modo de Vida Europeu, Margaritis Schinas.
Apresentada com o objetivo de prevenir que as "comunidades cibernéticas" - como as autoridades dos Estados-membros e as agências ou instituições europeias - deixem de "operar separadamente", a Unidade de Cibersegurança Conjunta visa "juntar recursos e conhecimentos" para "prevenir, travar e responder eficazmente aos ciberincidentes e crises", refere o executivo comunitário em comunicado.
Para tal, a unidade em questão irá operar enquanto "plataforma que assegura uma resposta coordenada da UE" face a ciberataques e irá "fornecer assistência" após a sua ocorrência.
"Temos muitas iniciativas [de cibersegurança] hoje, e muitas nos Estados-membros, o que é normal porque a soberania repousa nos Estados-membros. Mas, claro, somos um continente e a informação não tem fronteiras: a informação está em todo o lado e as redes estão em todo o lado. Portanto, é absolutamente necessário que exista uma coordenação e é precisamente isso que propomos hoje", sublinhou o comissário para o Mercado Interno, Thierry Breton, durante a conferência de imprensa.
Nesse sentido, a Unidade de Cibersegurança Conjunta servirá de "espaço comum" para incentivar o "trabalho conjunto entre várias comunidades e áreas, o que irá permitir que as redes existentes atinjam o seu potencial pleno".
Segundo a Comissão, a unidade em questão operará tanto enquanto "plataforma física", permitindo que "especialistas em cibersegurança possam juntar-se, em caso de necessidade, para conduzir preparações conjuntas, partilhar conhecimento e trabalhar juntos", mas também enquanto "plataforma virtual" para garantir uma "partilha segura de informação".
Entre as tarefas que lhe serão atribuídas, o executivo comunitário prevê que a Unidade de Cibersegurança Conjunta "estabeleça e mobilize equipas de cibersegurança de reação rápida", que "crie um inventário das capacidades operacionais e técnicas disponíveis na UE" e que "produza relatórios situacionais integrados sobre cibersegurança, incluindo informação e dados de inteligência sobre ameaças e incidentes".
A Comissão Europeia adianta ainda que a nova unidade será desenvolvida através de um "processo gradual e transparente", que será feito em conjunto com os "Estados-membros e as diferentes entidades ativas na área", e que tem como objetivo permitir que a "fase operacional" arranque em 30 de junho de 2022.
A proposta da criação de uma Unidade de Cibersegurança Conjunta insere-se numa das principais prioridades desta Comissão Europeia que, em dezembro de 2020, apresentou uma Estratégia de Cibersegurança que prevê a criação de Centros de Operações de Segurança na EU para servir de "escudo de cibersegurança" e permitir prevenir e responder rapidamente a ciberataques.
Segundo dados avançados pelo comissário Thierry Breton, registaram-se 756 ciberincidentes na Europa em 2020, um aumento de 75% relativamente a 2019, ano em que foram registados 432.
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