"Os que se comportam mal são, na maioria, demasiado jovens para terem consciência da destruição e perda de vidas registadas na guerra civil nigeriana", escreveu o Presidente Buhari no Twitter.
"Aqueles de nós que estiveram no terreno durante esses 30 meses, que conheceram essa guerra, tratá-los-ão com a linguagem que entendem", acrescentou o chefe de Estado.
Há 50 anos, o sudeste da Nigéria foi palco de um dos conflitos mais mortíferos do século XX. Em maio de 1967, os líderes de etnia igbo de uma província rebelde, que se autoproclamou "República do Biafra", declararam a independência, desencadeando uma guerra civil de violência rara e causadora de uma fome terrível.
Em três anos, mais de um milhão de pessoas morreram no conflito. Essa guerra é ainda uma memória dolorosa no país mais populoso de África.
Com a chegada ao poder de Muhammadu Buhari, um antigo general do norte, em 2015, as tendências pró-independência foram reavivadas naquela região, que está a ser flagelada por um surto de violência desde há vários meses.
Desde o início do ano, pelo menos 127 polícias ou membros das forças de segurança foram mortos e muitos símbolos do poder federal foram atacados.
O ministro da Informação, Lai Mohammed, disse hoje à comunicação social que, se o Twitter tem as suas regras, o Presidente tem o direito de comentar a situação na Nigéria.
O governante acusou, por outro lado, a rede social de dois pesos e duas medidas ao tolerar mensagens de Nnamdi Kanu, líder do Movimento do Povo Indígena do Biafra (Ipob), que, segundo Lai Mohammed, encorajou a violência.
O grupo separatista nasceu em 2013 e defende a criação de um estado independente no sudeste da Nigéria. Foi classificado em 2017 como uma "organização terrorista" por Abuja.
O ministro nigeriano referiu-se ainda ao apelo do CEO do Twitter, Jack Dorsey, no ano passado, que apelou à doação de 'bitcoins' para apoiar os protestos contra a violência policial que abalou na altura o país.
"A missão do Twitter na Nigéria, depois destes dois exemplos, é altamente suspeita. Qual é a sua agenda?", perguntou o ministro aos repórteres.
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