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Índia adota legislação de controlo 'online' com protestos do WhatsApp

O novo pacote de medidas do Governo indiano para regular o conteúdo 'online' através de um código de ética entrou hoje em vigor, apesar dos protestos da rede social WhastsApp, que alega violação de privacidade.

Índia adota legislação de controlo 'online' com protestos do WhatsApp

© Shutterstock

Lusa
26/05/2021 14:17 ‧ há 4 anos por Lusa

As novas regras, reveladas no final de fevereiro, têm ramificações de longo alcance para o conteúdo digital e a privacidade, forçando as empresas de comunicação eletrónica a remover rapidamente qualquer conteúdo ilegal e ficando obrigadas a ajudar a investigar da sua origem, o que afeta empresas de redes sociais e plataformas digitais.

Um dos aspetos mais polémicos do novo regulamento é o que diz respeito às redes sociais com serviços de mensagens, já que o documento determina que estas devem "permitir a identificação do primeiro (utilizador) que originou a informação necessária para efeitos de prevenção, deteção, investigação, acusação ou punição de um crime".

Entre esses crimes, clarificados pela nova legislação, está a divulgação de informações que possam ameaçar a soberania e a integridade da Índia, as relações com outros países ou a ordem pública -- um leque de possibilidades muito amplo, que tem gerado críticas.

No mês passado, o Governo indiano ordenou às redes sociais Twitter e Facebook para removerem mensagens que criticavam a forma como o primeiro-ministro lidou com a pandemia de covid-19.

Perante este cenário, ainda hoje, a empresa que gere a rede social WhatsApp entregou uma queixa do Supremo Tribunal de Deli, para impedir que o Governo aplique as novas regras, alegando que estas violam as garantias de privacidade.

"O WhatsApp tem o compromisso de proteger a privacidade das mensagens pessoais e continuaremos a fazer todo o possível, dentro da estrutura da lei indiana, para que tal seja respeitado", informou a empresa filial do grupo que detém também a rede social Facebook, num comunicado.

Esta empresa adianta que "a sociedade civil e especialistas técnicos em todo o mundo têm argumentado insistentemente que a exigência de 'rastrear' mensagens privadas quebraria a criptografia de ponta a ponta e conduzirá a abusos".

O Governo indiano garante que um dos principais objetivos das medidas é dar mais capacidade de controlo aos utilizadores das redes sociais, criando mecanismos que possam bloquear conteúdos considerados ofensivos ou abusivos.

As plataformas de 'streaming' de vídeo, como a Netflix e a Amazon Prime, também passam a ter de classificar os seus conteúdos em cinco categorias, com base na idade, e também são obrigadas a criar mecanismos para permitir maior controlo por parte dos encarregados de educação.

Estas plataformas ficarão agora sujeitas a um complexo mecanismo de supervisão com diversos níveis, o que reavivou na Índia o debate sobre a autorregulação, num país que tem um organismo de censura de filmes.

Leia Também: WhatsApp acusa governo indiano de querer violar privacidade

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