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Seraphine, a artista virtual que 'abanou' o universo 'League of Legends'

A nova personagem e ‘champion’ do universo de ‘League of Legends’ foi durante alguns meses um dos mistérios mais cativantes do Twitter.

Seraphine, a artista virtual que 'abanou' o universo 'League of Legends'

oi durante o mês de junho que, sem pompa ou circunstância, Seraphine se juntou ao Twitter. Ainda como página anónima (como tantas outras), Seraphine foi pouco a pouco conquistando seguidores, partilhando as suas alegrias, tristezas ou vulnerabilidades. O que estes seguidores iniciais não sabiam é que Seraphine se tornaria eventualmente no 152.º ‘champion’ do popular jogo online ‘League of Legends’.

Foi quando Seraphine, uma jovem mulher com ambições de se tornar a próxima grande estrela ‘pop’, foi confirmada como novo membro da banda virtual K/DA em setembro que as atenções do mundo dos videojogos se voltaram para ela. Grupos e artistas como os Gorillaz e Hatsune Miku já mostraram bem o poder de bandas virtuais mas, no caso de Seraphine, o objetivo foi criar uma personagem que se mostrasse mais próxima e verosímil, com a qual as pessoas se pudessem relacionar.

Como disse um dos membros da equipa da Riot Games ao Notícias ao Minuto, o objetivo com a Seraphine foi levar “alguma luz para a comunidade de ‘League of Legends’”, escolhendo as redes sociais como a plataforma ideal para a essa jornada.

Seraphine foi a mais recente experiência promocional da Riot Games para uma nova personagem, tendo sido também a sua mais ambiciosa até agora. Mais do que um novo ‘champion’, os membros da equipa olharam para Seraphine não como mais uma campanha promocional do jogo mas sim como uma oportunidade única. 

O Notícias ao Minuto teve a oportunidade de colocar algumas perguntas a dois membros da equipa que concebeu Seraphine: a ‘copywriter’ principal Bethany Higa e o diretor criativo Patrick Morales, ambos também associados ao grupo K/DA. Pode ler abaixo as respostas dos dois produtores.

Como tem sido a reação dos jogadores à revelação da Seraphine?

Bethany: Honestamente, tem sido uma montanha-russa. Alguns fãs receberam-na de braços abertos a partir do primeiro dia; outros ficaram muito chateados e foram para a Internet partilhar essa opinião. A história da Seraphine foi contada de uma forma tão nova e diferente, penso que não podíamos ter antecipado qualquer uma destas respostas.

No final, o que teve mais significado para mim foi ver como as pessoas se ligaram a ela. Muitos fãs bondosos expressaram que se sentiram representados e inspirados pela jornada dela. Se a Seraphine significa alguma coisa para eles, queremos que seja bem-sucedida.

Notícias ao Minuto© Riot Games

A Seraphine tem mais de 300 mil seguidores no Twitter. Porque acham que as pessoas se interessaram tanto nela?

Patrick: Penso que grande parte da viralidade por detrás da Seraphine se deveu ao facto de ser a campanha de promoção mais longa que fizemos enquanto empresa, de uma forma que nunca tínhamos visto antes devido à sua presença obscura nas redes sociais. Não confirmámos nem promovemos a conta dela durante quase três meses - apenas a publicámos e vimos se os nossos jogadores conseguiam juntar as peças o que é claro que fizeram eventualmente.

Lembro-me do dia quando rebentou a especulação sobre a ligação dela a ‘League of Legends’, quando vimos os números de seguidores da conta saltarem dos 70 que teve durante semanas para 70 mil da noite para o dia. A partir daqui, a conversa cresceu e cresceu até que chegámos ao ponto de a nossa história em que o K/DA a descobriu e a trouxe para um ‘meet & greet’ com a banda - altura em que tornámos oficial que [a Seraphine] era uma personagem oficial de ‘League of Legends’.

No que diz respeito ao que criou a atenção, sinto que teve muito a ver com o próprio público. Por natureza, penso que os nossos jogadores não são apenas novos e presentes nas redes sociais - também são naturalmente inquisitivos, curiosos e muito interativos com experiências inovadoras e interessantes, especialmente quando se parecem com um desafio ou um jogo. Para nós, a Seraphine era uma história que queríamos contar ao longo de alguns meses - mas para os jogadores era um mistério completo.

O que é que a Seraphine será capaz de oferecer aos jogadores no contexto de 'League of Legends'?

Patrick: Enquanto novo ‘champion’ adicionado ao jogo inspirado por música, a Seraphine dá aos jogadores a oportunidade de sentirem como é ser a primeira estrela ‘pop’ de Runeterra. Toda a jogabilidade foi desenhada tendo em mente um forte tema musical, transformando as batalhas de Summoner’s Rift numa performance cinética onde a união é a chave do sucesso. Um dos exemplos mais fixes disto é a mudança da música de fundo sempre que os aliados se aproximam, tornando claro quando as habilidades dela os vão afetar. Isso, combinado com as mecânicas que recompensam o trabalho em equipa e ritmo, oferece uma experiência única que esperamos que dê aos jogadores que a usem a sensação de que estão a dar um espetáculo.

Bethany: O produtor do jogo responsável pela Seraphine quis criar um ‘champion’ que poderia inspirar a equipa a jogar e invocar um senso de empatia: fica mais forte junto dos aliados e em troca dá-lhes um impulso. Em vez de ser uma estrela ’pop’ pela sua própria popularidade, [a Seraphine] quer usar o poder dela para ouvir os outros e incentivá-los durante o seu espetáculo. Também é um sentimento que também queríamos captar durante a campanha na redes sociais. Embora não seja para toda a gente, espero que muitos jogadores a usem e levem alguma luz para a comunidade de ‘League of Legends’.

Ao escrever para a Seraphine, fiz várias referências às minhas próprias experiências enquanto jovem mulher a entrar na indústriaQue tendências de redes sociais ajudaram a dar forma à personalidade e publicações da Seraphine?

Bethany: Em vez de nos focarmos em tendências, quisemos explorar formas de usar as redes sociais como um plataforma para contar uma história autêntica. Quisemos criar uma personagem que fosse bondosa, empática e terra-a-terra: alguém que se importasse genuinamente com o seu público, o que foi importante uma vez que esse público desempenhou um papel maior na história dela.

Ao escrever para a Seraphine, fiz várias referências às minhas próprias experiências enquanto jovem mulher a entrar na indústria. Esta foi uma história sobre auto-confiança e auto-aceitação, que incluiu momentos de tristeza e de dúvida.

Uma coisa admirável a sair das redes sociais, especialmente numa altura em que as pessoas estão longe umas das outras, foi a oportunidade de criar ligações com os outros e usar a plataforma e alguém para encorajar a comunidade. No, por vezes, cínico mundo das redes sociais, a Seraphine mostra vulnerabilidade e fala abertamente sobre os seus sentimentos. A equipa depositou muita sinceridade e paixão na história dela e quisemos recompensar os fãs, que colocarem de parte a sua incredulidade para se relacionarem com ela e dar-lhe as boas-vindas.

Patrick: A existência da Seraphine dentro do universo musical das K/DA significou que, tal como as K/DA, existia de alguma forma na realidade - por isso pensámos que esta seria uma oportunidade única de oferecer uma forma inédita de contar uma história no universo de ‘League of Legends’ de uma forma inesperada.

Escolhemos as redes sociais como a tela da nossa história não só pela popularidade crescente de músicos virtuais e influencers, mas também porque pareceu apropriado à sua personalidade enquanto espírito jovem e criativo com o desejo de alcançar o objetivo se tornar famosa - providenciando uma experiência única que não podíamos dar em qualquer outra parte da nossa propriedade intelectual.

Olhamos para a conta da Seraphine como uma ficção interativa em que os seguidores podem ver a sua jornada desde a obscuridade até à fama e, talvez, mesmo ter a oportunidade de interagir diretamente seja com palavras de incentivo ou apoio. Foi o nosso convite para as pessoas descobrirem quem era enquanto pessoa e artista de uma forma íntima, que nunca tivemos oportunidade de fazer com qualquer ‘champion’ no nosso jogo.

Notícias ao Minuto© Riot Games

A Seraphine faz parte da vossa estratégia para alargar o alcance de ‘League of Legends’? Qual é o próximo passo neste processo?

Bethany: Com a Seraphine, quisemos criar uma história interativa que pudesse deliciar os fãs dedicados e introduzir uma nova personagem de uma forma não convencional. Apesar de ganhar popularidade e seguidores nunca ter sido o nosso objetivo, quisemos encontrar uma forma de criar uma experiência que pudesse ressoar com novos fãs além da comunidade estabelecida de ‘League of Legends’.

O meu objetivo pessoal foi criar um espaço dedicado a indivíduos que não costumam ser levados em conta pela comunidade dos videojogos. A Seraphine não fala para jogadores competitivos mas para amigos e fãs; ela celebra as ligações interpessoais, vulnerabilidade e representação honesta de um ecossistema onde não o costumamos encontrar. Espero retribuir à comunidade que lhe deu uma voz e criou mais oportunidades para elas no futuro.

Patrick: Para nós, a Seraphine foi um exercício de como podíamos continuar a refinar o que contar histórias e entretenimento podem ser em ‘League of Legends’. O nosso objetivo principal foi mostrar que ‘League of Legends’ é mais do que o mesmo jogo que as pessoas conhecem há anos; é toda um universo de fantasia pop que pode ser expressado de diversas formas, música incluída.

Esperamos que os jogadores, velhos e novos, levem da experiência da Seraphine o nosso desejo de continuar a inovação criativa tanto no jogo como nas nossas campanhas e, aí e em outras formas, ‘League of Legends’ está apenas a começar.

Estariam abertos a uma colaboração com a Hatsune Miku?

Bethany: Muitos de nós na equipa somos fãs da Miku e adoraríamos ver algo assim!

Patrick: Nunca digam nunca. Aconteceram coisas mais estranhas no mundo das colaborações musicais.

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