Huawei "tranquilizada" após aval de Londres
A tecnológica chinesa Huawei disse hoje estar "tranquilizada" pela permissão do Governo britânico para fornecer, ainda que de forma limitada, equipamento para a infraestrutura móvel de quinta geração (5G) no Reino Unido, apelando a uma "concorrência justa".
© Reuters
Tech 5G
"A Huawei ficou tranquilizada com a confirmação do governo do Reino Unido de que podemos continuar a trabalhar com os nossos clientes para manter o ritmo de desenvolvimento no 5G", indica fonte oficial da empresa numa resposta escrita enviada hoje à agência Lusa.
Reagindo à decisão do governo britânico, de que a tecnológica vai poder fornecer equipamento para a infraestrutura de telecomunicações 5G no Reino Unido, sendo contudo excluída do envolvimento em partes cruciais da rede, a Huawei defende que "um mercado diversificado de fornecedores e uma concorrência justa são essenciais para a confiança e inovação da rede".
Numa alusão às suspeitas de que a companhia tem sido alvo - nomeadamente pelos Estados Unidos, que a acusam de espiar para o Estado chinês -, a Huawei fala numa decisão britânica "baseada em evidências", que resultará "numa infraestrutura de telecomunicações mais avançada, mais segura e com melhor relação custo-benefício".
Um comunicado do ministério britânico da Cultura, Digital, Comunicação Social e Desporto, hoje divulgado, indica que "os ministros determinaram [...] que as operadoras do Reino Unido devem estabelecer salvaguardas adicionais e excluir fornecedores de alto risco de partes da rede de telecomunicações essenciais para a segurança".
Sem nomear a Huawei, mas referindo-se a "fornecedores de alto risco", o executivo britânico afirmou que vão ser impostas "novas restrições".
A decisão foi anunciada após uma reunião do Conselho de Segurança Nacional presidida pelo primeiro-ministro, Boris Johnson, onde foi decidido que cabe ao Centro Nacional de Cibersegurança dar orientações aos operadores de telecomunicações do Reino Unido sobre quais são os fornecedores de alto risco.
O governo britânico tem estado sob pressão dos Estados Unidos para proibir o envolvimento da Huawei de toda a rede 5G, tendo o Presidente Donald Trump falado no assunto durante um telefonema com Boris Johnson na sexta-feira.
Os Estados Unidos afirmam que a empresa chinesa, que é privada e que rejeita as acusações de interferência do Estado chinês, representa um risco para a segurança e chegaram a ameaçar com a redução na partilha de informações com o Reino Unido.
Mike Pompeo, secretário de Estado norte-americano, escreveu na rede social Twitter no domingo à noite que o Reino Unido tinha uma "decisão importante pela frente no 5G".
A decisão sobre o envolvimento da empresa chinesa nos concursos de fornecimento de equipamento é considerada importante devido aos baixos preços praticados e à diversidade de produtos relativamente à concorrência.
A companhia chinesa opera no Reino Unido há 15 anos.
Os Estados Unidos têm, ainda, tentado pressionar outros países da União Europeia (UE) para banir a Huawei das suas redes 5G.
Sem nunca se referir à Huawei, a Comissão Europeia tem vindo a manifestar preocupação sobre possíveis riscos de ciberseguranças nestas novas redes móveis, mais potentes e rápidas do que nunca, razão pela qual apresentará quarta-feira uma caixa de ferramentas com medidas de mitigação a serem adotadas pelos Estados-membros da UE.
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