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Pêpê Rapazote. Kojima quer "fazer dos jogos mais do que entretenimento"

O ator interpreta o protagonista de ‘Death Stranding’ em mais uma aposta da PlayStation Portugal na adaptação para a língua portuguesa.

Pêpê Rapazote. Kojima quer "fazer dos jogos mais do que entretenimento"

Um dos traços caraterísticos da PlayStation Portugal em praticamente todas as gerações da PlayStation foi procurar adaptar (seja através de tradução de texto ou dobragem) os jogos dos seus estúdios para a língua portuguesa. Esta é uma iniciativa que volta a ter lugar no mais recente exclusivo para a PlayStation 4, ‘Death Stranding’, que contou com o ator Pêpê Rapazote no papel principal de Sam Bridges.

O ator sempre foi um nome conhecido na produção nacional e deu que falar internacionalmente através da sua participação na terceira temporada de Narcos, na Netflix. Sempre disposto a novas experiências, Pêpê Rapazote deu voz ao protagonista da mais recente obra de Hideo Kojima e, aproveitando a presença do ator no MOCHE XL Games World (em novembro) e a ajuda da PlayStation Portugal, decidimos colocar-lhe algumas perguntas sobre.

Pode ler a entrevista a Pêpê Rapazote e saber como é que o ator vê ‘Death Stranding’. Caso fique interessado, poderá sempre ler a análise  do Tech ao Minuto que foi publicada aquando da chegada do jogo.

Como foi feito o convite para interpretar Sam Bridges em ‘Death Stranding’

O convite foi feito pela própria PlayStation. Acho que com o meu timbre de voz consegui chegar ao da voz original do jogo, do Norman Reedus. Acho que foi um bom ‘match’. Foi ótima a experiência de aquecer a voz de forma a ficar naquele tom, mais grave e susurrado que dá uma grande densidade ao jogo.

‘Death Stranding’ é um jogo com muita densidade e peso. Tudo o que rodeia o jogo tem essas caraterísticas e a voz ajuda imenso a isso.

É isto que mais me esmaga e toca em ‘Death Stranding’, ver o Sam Bridges a tentar salvar um mundo que à partida parece impossível de salvar. O Pêpê Rapazote conhece obra de Hideo Kojima? Alguma vez jogou aos antigos jogos dele?

Conheço sobretudo ‘Metal Gear’ e é daí que vem a grande fama. Foram muitos os jogos dessa série. Acho que ele se foi apresentando na sombra através do trabalho, de uma personalidade que quis fazer dos jogos mais do que entretenimento.

Foi, aliás, uma das coisas que me fez aceitar o convite. A pegada social, política e humana que o Kojima faz questão de ter neste mundo. Se houvesse mais cinco ou seis pessoas como ele de certeza que o mundo melhoraria imenso com essa existência.

Qual é a opinião do Pêpê Rapazote sobre ‘Death Stranding’? Acha que os temas presentes no jogo são um reflexo do que se passa à nossa volta?

Fiquei assoberbado com a complexidade do jogo. A quantidade de temas e a forma como eles são abordados neste ‘Death Stranding’. Sobretudo a falta de comunicação que cada vez nos persegue mais e que é de uma atualidade incrível. A forma cinematográfica e poética como ‘Death Stranding’ consegue representar esses temas – não esquecendo a participação de alguns vultos enormes na conceção do jogo [como os realizadores Guillermo del Toro e Nicolas Winding Refn].

É um universo fantástico que, apesar de parecer longínquo, retrata a nossa mais pura atualidade. É assustador. Podemos chegar ao final de ‘Death Stranding’ e pensar que os eventos do jogo podem acontecer daqui a 100 ou 200 anos anos. Mas não. Está a acontecer agora, mas de outra forma. É isto que mais me esmaga e toca em ‘Death Stranding’, ver o Sam Bridges a tentar salvar um mundo que à partida parece impossível de salvar.

É de uma grande densidade e a mensagem é muito complexa e profunda. É por isso que vale a pena. É como tudo: ‘good things come to those who wait'.Que caraterísticas achou que, através da sua interpretação, devia enaltecer na personalidade de Sam Bridges?

Ao princípio o Sam Bridges pareceu-me um homem mais frio, com uma missão, sem muita ou pouca esperança. Faz apenas o que acha que tem de fazer. Devagarinho vai descobrindo os fantasmas na vida dele, nas personagens com que se relaciona e acabamos por descobrir um grande universo.

É, mais uma vez, uma forma que o Kojima tem de dizer que nos devemos virar para nós mesmo e dizer, ‘Espera aí. O que se passa aqui? És tu mesmo. Sim! Tu que estás a jogar agarrado a um comando’. A certa altura isto é assustador no jogo, apercebermo-nos que a personagem do Sam Bridges pode ser qualquer um de nós. E ao mesmo tempo que ele tenta reconetar o mundo, podemos ser qualquer um dos outros que está desconetado desta realidade humana.

Até o próprio Kojima reconhece que ‘Death Stranding’ foi recebido de forma mista. O que pode dizer para quem ainda não decidiu se há-de jogar ou não a este jogo?

Eu não sei que outra opinião é que o Kojima poderia ter senão a de que este jogo iria ser recebido de forma muito mista, com opiniões totalmente opostas. Embora quem o conheça – se não for completamente às escuras – pode estar à espera de uma surpresa muito especial.

É absolutamente assombroso, estonteante e esmagador. Não é de todo um jogo de ação. Não é daqueles jogos que nos dá uma satisfaçãozinha imediata ao longo de duas horas de bater um recorde. Nada disso. Acho que as primeiras horas serão muito perdidas à procura do que estamos a fazer no jogo. E isso faz parte da magia da descoberta e saber o que ‘Death Stranding’ tem para nos mostrar.

É de uma grande densidade e a mensagem é muito complexa e profunda. É por isso que vale a pena. É como tudo: ‘good things come to those who wait'. Ou, em português, coisas boas acontecem a quem espera. 

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