Banca está a "fazer muito" para evitar problemas com tecnologia
A administradora da Bolsa Alemã Hauke Stars disse, durante o Fórum de Supervisão Financeira do Banco Central Europeu (BCE), que a indústria financeira está "mesmo a fazer muito para se preparar para qualquer emergência" no campo da tecnologia.
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Tech Tecnologia
Num painel intitulado "A Banca num mundo digital - como está a tecnologia moderna a operar uma mudança", onde esteve acompanhada por Pentti Hakkarainen, membro do Conselho de Supervisão do BCE, e por Joachim Wuermeling, administrador do banco central alemão (Bundesbank), a responsável considerou que os reguladores estão a fiscalizar a sua empresa "de uma forma mesmo forte e consistente".
"Vinda do mundo da tecnologia, eu diria que a indústria financeira está mesmo a fazer muito para se preparar para qualquer emergência", considerou, afirmando que a Bolsa Alemã (Deutsche Börse) "gasta uma enorme quantidade de tempo em cibersegurança".
Já Pentti Hakkarainen referiu que, quanto a cibersegurança, "supervisores e supervisionados não iriam pensar de forma diferente", considerando que "todas as partes têm um interesse comum".
O responsável finlandês defendeu que a tecnologia no setor financeiro pode ser usada não só para cortar custos e melhorar qualidade dos serviços mas também pode "melhorar a supervisão", já que "com tecnologia moderna se pode criar ainda mais tecnologia" necessária para esta atividade.
"Com a tecnologia moderna podemos ter armazéns de dados modernos, e algum 'fardo' administrativo será reduzido", considerou.
Já sobre as diferentes abordagens a bancos tradicionais e a novos atores no setor financeiro, Joachim Wuermeling afirmou que o Bundesbank "não é a favor dos bancos tradicionais em relação a outros", mas que é necessário que "certas entidades não escapem" ao entendimento dos supervisores.
Joachim Wuermeling disse também que "as antigas sugestões de que todo o setor bancário seria desfeito pelas 'fintech' não se materializaram", que há uma tendência atual de passar da digitalização externa [de serviços aos clientes, por exemplo] para a interna, no campo dos "processos no coração do negócio bancário".
Outra tendência identificada é a passagem dos processos para a análise de dados ('analytics'), "com a aplicação de inteligência artificial, aprendizagem automática ('machine learning')".
Questionado sobre se os bancos poderiam pensar em contratar externamente serviços de cibersegurança, Joachim Wuermeling afirmou que estes "não querem contratar a sua responsabilidade em IT [tecnologias de informação]", mas que de qualquer forma também não o podiam fazer.
Sobre o ambiente competitivo fomentado pela tecnologia e a sua relação com as entidades de supervisão, o responsável do Bundesbank referiu-se ao "dilema" causado pela regulação europeia em termos de proteção de dados (normas GDPR e PSD2).
Wuermeling considera que estas normas foram desenvolvidas antes da proliferação das grandes empresas tecnológicas ('bigtech') e das financeiras ('fintech'), e que em relação aos dados, se houver "uma abordagem muito restrita, é muito claro que teremos [União Europeia] uma desvantagem competitiva" em relação a outras jurisdições.
"O setor das 'startup' na Europa está geralmente atrás do que vemos nos Estados Unidos e na Ásia", reconheceu também Hauke Stars, afirmando, no entanto, que na Europa "o capital disponível" para essas empresas está a aumentar.
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