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'FIFA 20': Evolução sem revolução. Mas e o adepto português?

Novo capítulo da franquia da EA Sports aprimora a jogabilidade e faz renascer o ‘FIFA Street’ através do modo VOLTA, sem, no entanto, fazer por corrigir alguns dos piores problemas do passado.

'FIFA 20': Evolução sem revolução. Mas e o adepto português?

Pressionada pelo ‘extreme makeover’ levado a cabo pela Konami na construção do novo ‘eFootball PES 2020’, a EA Sports traz-nos um ‘FIFA 20’ que, sem contemplar uma verdadeira revolução, traz motivos mais do que suficientes para largas horas de diversão... mas também frustração.

O VOLTA, ‘selling point’ da edição deste ano, é, de facto, um espetáculo de fintas ‘loucas’, ritmo frenético e cores berrantes, mas o modo ‘História’ fica muito aquém da caminhada do jovem Alex Hunter  na ‘Caminhada’ de anos anteriores.

Quanto à jogabilidade do modo mais tradicional, não poupa os novatos nestas andanças e pode, ao princípio, levar os mais experientes a ‘arrancar os cabelos’. Mas, verdade seja dita, aproxima-se bem mais do futebol puro e duro.

Há, de resto, pouco mais a salientar. O ‘Ultimate Team’ traz algumas novidades, mas sem alterações de fundo, e o modo ‘Carreira’ introduz conferências de imprensa, diálogo frequente com jogadores e um ‘bug’ que muito tem dado que falar.

Pode, ainda, contar com duas novas variantes no ‘Pontapé de saída’, que prometem largos períodos de diversão quando recebe os amigos em casa. O que, infelizmente, continua fora da equação é uma voz que respeite o adepto. Em especial, o português.

Notícias ao Minuto© EA Sports

‘VOLTA’ a diversão nas ruas

Se é fã da série ‘FIFA Street’, que chegou ao mercado em 2005, o ‘FIFA VOLTA’ será, provavelmente, uma das novidades que mais expetativas lhe criou. O futebol está de regresso à rua e a EA Sports dá-lhe três maneiras de o desfrutar: História, Liga e Digressão.

O primeiro coloca-o no papel de Revvy, um jovem jogador que luta por ascender ao ponto máximo do futebol de rua, e que se vê no comando da sua equipa após o principal craque - Jayzinho - se lesionar. Uma espécie de sucessor para o modo ‘Caminhada’.

Modo este que, de resto, acaba por ser o mais fraco dos três. A história está longe de ser original, e, além de abusar das ‘cutscenes’, obriga-o, por várias vezes, a repetir um torneio para seguir em frente, acabando com a sensação de que controla, de facto, o rumo dos acontecimentos.

O segundo modo, jogado inteiramente online, é bem mais tradicional, colocando-o a início na décima divisão, de onde arrancará em busca de, subida após subida, alcançar a primeira, onde encontrará os melhores jogadores do planeta.

É no terceiro modo, em offline, que o ‘VOLTA’ ganha vida. Testará a sua equipa num total de 17 localizações um pouco por todo o mundo, cada uma com uma personalidade bem vincada, e que recebem jogos de futsal - mais similar ao futebol tradicional - 5x5, 4x4 - onde a técnica é verdadeiramente necessária - e 3x3 - onde as tabelas originam, várias vezes, o caos.

Sempre que vencer um jogo, poderá recrutar um jogador da equipa adversária, e, pelo meio, poderá personalizar o seu ‘avatar’ na totalidade, fazendo recordar o velhinho ‘FIFA Street’, mesmo quando a jogabilidade é tão distinta.

Notícias ao Minuto© EA Sports

Velocidade enganadora e erros que ‘matam’

Quanto à jogabilidade no estilo tradicional de futebol temos, sem dúvida, um caso de amor ou ódio. Se já se sentia à vontade no ‘FIFA 19’, terá, provavelmente, de alterar o seu estilo de jogo, quer na hora de atacar, quer na hora de defender. Comecemos pelo primeiro.

Uma das primeiras coisas em que irá reparar é que, ao contrário de anos anteriores, a velocidade de cada jogador é, verdadeiramente, importante. Se tiver, por exemplo, Kylian Mbappé na sua equipa, pode ter a certeza que, assim que ultrapassar Giorgio Chiellini, ele não o irá apanhar no ‘sprint’.

Uma velocidade que, no entanto, pode ser enganadora, uma vez que este é um ‘FIFA’ para... mastigar. Defesas mais compactas - e inteligente - significam que terá de fazer circular a bola com critério se quiser chegar a zonas de perigo. O tal ‘sprint’ de Mbappé vai ser útil, mas apenas quando chegar a hora certa.

Já a defender, pode ter a certeza que acabará, eventualmente, por ganhar um ou dois cabelos brancos. Seja paciente, encurrale o adversário, entre no momento certo e será recompensado. No entanto, se for descuidado e perder o ‘timing’ de dar um encosto, será castigado com um ataque perigoso.

Quer uma faceta do jogo, quer outra, exigem algum tempo de adaptação, mas refletem aquilo que se passa no relvado ao mais alto nível. O mesmo se aplica aos lances de bola parada, que, após largos anos, foram, finalmente, redesenhados.

Notícias ao Minuto© EA Sports

‘Carreira’ para esquecer e novidades no ‘Ultimate Team’

Falemos, agora, dos modos nos quais irá, porventura, voltar a passar mais tempos. E comecemos pelo ‘elefante na sala’, que, claro está, passa pelo incompreensível erro que levou a que o hashtag #FixCareerMode fosse falado a nível mundial.

Se ainda não está a par, o problema é muito simples. Assim que começar um campeonato com a sua equipa favorita, irá reparar que alguns ‘tubarões’, como Manchester City, Barcelona ou Paris Saint-Germain, podem, na verdade, estar a lutar... para não descer, uma vez que jogam com os suplentes.

Um problema que, à partida, será de simples resolução, mas que acaba por ‘abafar’ o trabalho levado a cabo pela EA Sports no que à gestão humana do plantel diz respeito, com a introdução de conferências de imprensa que influenciam a moral da equipa e diálogos constantes com os jogadores.

Se a sua praia for o ‘Ultimate Team’, saiba que poderá contar com algumas novidades. Além de uma remodelação dos menus, o ‘FIFA20’ traz a opção de, por exemplo, atualizar os adversários até um máximo de dez vezes no ‘Squad Battles’, acabando com a limitação de apenas quatro partidas por dia.

Infelizmente, as micro-transações continuam a ser o ‘calcanhar de Aquiles’ deste modo. Claro que, com muito trabalho e dedicação, é possível construir uma equipa forte, mas a aleatoriedade no que aos ‘packs’ diz respeito vai sempre obrigar a alguma disciplina mental. O facto de este tipo de transações terem já sido banidas na Bélgica dão, no entanto, alguma esperança para a próxima edição do jogo.

Notícias ao Minuto© EA Sports

A pergunta que resta: e o adepto português?

Se o ‘eFootball PES 2020’ conta com ‘cinematic intro’ do campeonato português, comentários de Pedro Sousa e Luís Freitas Lobo, o estádio de Alvalade e caras fielmente reproduzidas de alguns dos principais craques do nosso futebol, o mesmo não se pode dizer do ‘FIFA 20’.

Além de não conter comentários em português de Portugal - quando abrir o jogo ser-lhe-à sempre questionado se pretende descarregar comentários em português do Brasil - nem qualquer estádio luso, não há qualquer novidade no que às faces dos atletas diz respeito.

Nem mesmo Bruno Fernandes, o único jogador da I Liga presente no ‘top100’ das maiores classificações do jogo, tem direito a ver-se fielmente representado. Um privilégio apenas direcionado a jogadores como Jérémy Mathieu, Gabriel ou Alex Telles, com passado em provas mais mediáticas.

Provas essas que, de resto, estão perfeitamente ilustradas pela EA Sports. Os gráficos estão, novamente, ao mais alto nível, o que se faz notar em recintos como o Santiago Bernabéu ou Old Trafford, devidamente licenciados. A Juventus - denominado Piemonte Calcio - acaba, por isso mesmo, por se notar ainda mais.

Pontos fortes

- A jogabilidade não agradará a todos no início, mas representa uma evolução em relação aos últimos anos;

- Goste-se ou não, o ‘Ultimate Team’ continua a ser o modo-rei no mundo dos simuladores de futebol;

- O ‘VOLTA’ traz todo um novo colorido, apesar de algumas limitações.

Pontos fracos

- O modo ‘Carreira’ tem de ser rapidamente corrigido;

- A EA Sports tem de colocar, urgentemente, um travão nas micro-transações;

- Continua a faltar uma real representatividade do futebol português;

Ideal para...

Se é fã de longa data desta franquia, mas teme pagar 69,99€ por mais do mesmo, pode estar descansado. Pode apontar-se o dedo à EA Sports em vários aspetos, mas o ‘FIFA 20’ traz, de facto, matéria suficiente para justificar o preço. Além disso, os vários modos de jogo introduzidos prometem agradar, quer o jogador ‘hard-core’, quer aquele que procura sessões mais casuais, sozinho ou acompanhado.

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