Huawei admite quebra de receitas superior a 26 mil milhões de euros
O fundador da Huawei admitiu hoje uma quebra de receitas em 30.000 milhões de dólares (26.760 milhões de euros), face à pressão de Washington, que acusa o grupo de telecomunicações de estar exposto à espionagem chinesa.
© iStock
Tech EUA/China
Ren Zhengfei admitiu que a empresa reduzirá a sua capacidade, mas que a campanha lançada pelos Estados Unidos, para restringir os seus negócios, não a vai fazer parar.
O Presidente norte-americano, Donald Trump, emitiu, no mês passado, uma ordem executiva que exige às empresas dos EUA que obtenham licença para vender tecnologia crítica à Huawei, num golpe que se pode revelar fatal para a gigante chinesa.
Numa mesa redonda, organizada na sede da empresa, em Shenzhen, sul da China, Ren previu que a faturação das vendas cairá para 100.000 milhões de dólares (89.200 milhões de euros) neste ano e no próximo, uma queda de 10%, face a 2018.
As autoridades norte-americanas acusam empresas chinesas de tecnologia, como a Huawei, de usurpar segredos comerciais - possivelmente ao serviço do Partido Comunista Chinês -, e de constituírem uma ameaça à segurança nacional.
O ataque de Washington surge quando a Huawei se prepara para lançar as redes móveis de Quinta Geração (5G), a Internet do futuro.
Ren garantiu que a empresa não coloca 'backdoors' ("porta dos fundos", método para escapar uma autenticação ou criptografia num sistema computacional), nos seus equipamentos, e que a está disposta a assinar um acordo com qualquer país que garanta que não recorre àquele método.
Admitiu ainda que nunca lhe ocorreu que o Governo norte-americano estaria tão determinado em adotar "medidas extremas" contra a empresa.
"Acho que ambos os lados vão sofrer. Ninguém sairá a ganhar", afirmou.
A campanha lançada pela administração Trump surge numa altura de crescentes disputas comerciais entre EUA e China.
Os governos das duas maiores economias do mundo impuseram já taxas alfandegárias sobre centenas de milhares de milhões de dólares de bens importados um do outro.
Em causa está a política de Pequim para o setor tecnológico, nomeadamente o plano "Made in China 2025", que visa transformar as firmas estatais do país em importantes atores globais em setores de alto valor agregado, como inteligência artificial, energia renovável, robótica e carros elétricos.
Os EUA consideram que aquele plano, impulsionado pelo Estado chinês, viola os compromissos da China em abrir o seu mercado, nomeadamente ao forçar empresas estrangeiras a transferirem tecnologia e ao atribuir subsídios às empresas domésticas, enquanto as protege da concorrência externa.
As autoridades chinesas acusam Washington de querer conter a ascensão da China, bloqueando as suas principais empresas, incluindo a Huawei.
Washington tem pressionado vários países, incluindo Portugal, a excluírem a Huawei na construção de infraestruturas para redes 5G, acusando a empresa de estar sujeita a cooperar com os serviços de informação chineses.
[Notícia atualizada às 10:55]
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