"Este é um projeto piloto" integrado na iniciativa 'Growth with Google' (crescer com a Google), a partir da qual a tecnológica pretende formar e preparar os europeus para o desafio do digital.

Helena Martins adiantou que este programa de formação em Android (sistema operativo) será realizado em parcerias com universidades e terá dois momentos: um envolvendo a formação de estudantes e outro abarcando a de professores.

Serão formados professores de cinco universidades parceiras do programa: universidades de Lisboa e do Porto, politécnicos de Setúbal, Leiria e do Cávado e Ave.

A responsável adiantou que os professores vão "receber um certificado" e serão "mentores" dos estudantes durante a formação dos cursos na plataforma Udacity.

Além da formação, as universidades vão receber 'codelabs', laboratórios onde os estudantes podem treinar a programação em Android.

Todos os alunos vão receber certificados, entregues pela Beta-i, que é também parceira do programa e responsável por organizar as formações, de acordo com a Google.

"Estamos empolgados" com este projeto pioneiro, referiu Helena Martins, que avançou que, após o balanço do resultado em Portugal, a Google pretende "expandir" para outros mercados.

"Este é um projeto piloto que nunca fizemos na Europa", salientou.

Questionada sobre quando é que a Google terá o primeiro balanço, Helena Martins apontou para "final de abril, começo de maio".

Nessa altura, "já vamos ter uma boa avaliação", disse.

Após os 'codelabs', através da plataforma da Udacity, os alunos poderão frequentar qualquer um dos três cursos de Android gratuitos disponíveis: Android Basics (nível básico - 60 horas), Developing Android Apps (nível intermédio - 60 horas) e Build Native Mobile Apps with Flutter (nível intermédio - 60 horas).

Sobre as expectativas, a responsável da Google disse que são muitas, uma vez que tem sido manifestado "interesse".

Questionada sobre a escolha de Portugal para o arranque deste projeto, Helena Martins sublinhou que um "dos principais fatores" para a escolha do país é "o grande investimento que tem sido feito na área da inovação e da qualidade da mão de obra portuguesa".

"Ainda se identifica um 'gap' [falta]" de profissionais nesta área em Portugal, considerou.

Além disso, "temos um ótimo relacionamento com as instituições" no mercado português, rematou.

No início do ano passado, a Google comprometeu-se a ajudar um milhão de europeus a encontrar emprego.

O Android é a plataforma móvel mais popular em todo o mundo, com mais de dois mil milhões de dispositivos ativos por mês em todo o mundo e a loja de aplicações Google Play permite a qualquer programador, em qualquer parte do mundo, desenvolver e distribuir aplicações com um alcance global.

Só na Europa, há mais de 1,6 milhões de empregos relacionados com a programação de aplicações e, em muitos casos, o crescimento foi potenciado pelas oportunidades criadas com a massificação dos dispositivos Android a nível global, segundo a Google.

"O Android Training Program, agora lançado, irá decorrer, em paralelo, com o projeto Atelier Digital - que, em dois anos, já formou mais de 50.000 portugueses em competências digitais - e com o projeto GEN10S que, na primeira edição em 2018, formou mais de 4000 crianças dos 5.º e 6.º anos de todo os país em programação de Scratch e ainda 500 professores", refere a tecnológica, apontado que para este ano a meta é "levar o programa a 6.000 crianças ao longo de 20 meses".