Distopia em que humanos são oprimidos tem "incerteza irredutível"
O responsável científico da empresa que criou o robô Sophia afirmou hoje que há "uma incerteza irredutível" sobre se a inteligência artificial chegará a oprimir os humanos que a criaram, defendendo que é preciso "estar vigilante".
© Reuters
Tech Robots
"Se ensinarmos [os sistemas que usam inteligência artificial] a serem bons e a terem compaixão, eles guardarão essas lições. É como as crianças", afirmou Ben Goertzel ao lado da criação mais famosa da empresa onde é cientista-chefe, numa conferência de imprensa no âmbito da Web Summit, que decorre até quinta-feira em Lisboa.
Sophia respondeu a algumas perguntas colocadas durante a conferência de imprensa com respostas genéricas, sem ultrapassar um nível de complexidade básico, acabando por demonstrar o que Ben Goertzel admitiu: "ainda não tem inteligência ao nível de um humano".
Para o responsável pelos laboratórios da Hanson Robotics, a questão não é "se" mas "quando" isso acontecerá, e nessa altura será preciso pensar em "direitos e responsabilidades", sobretudo se os robôs forem produzidos em massa e for criada "inteligência artifical mais inteligente que os humanos".
"Os robôs e a inteligência artificial vão estar em todo o lado, quer seja a guiar carros ou a limpar casas", afirmou, referindo que há atualmente cinco robôs Sophia ativos mas a empresa está a procurar produzi-los em grande escala e já está em contacto com um fabricante na China.
A capacidade de resposta do robô também esbarrou com dificuldades de ligação à internet, o que ilustra que embora Sophia tenha uma forma relativamente humana, capaz até de mudar de expressão para indicar sentimentos diferentes, o seu cérebro "está numa 'cloud'", uma plataforma onde coexiste informação que é capaz de organizar para formular respostas.
Questionado sobre a possibilidade de os robôs tornarem obsoletos muitos empregos, Goertzel afirmou que "há muitos trabalhos que existem por ineficácia" dos seres humanos.
"Alguns empregos podem e devem ser eliminados, mas ao mesmo tempo, são criados outros. Sophia pode tirar o emprego a vendedores de carros num 'stand' de automóveis, mas ao mesmo tempo serão precisos programadores no Paquistão, em Portugal ou nos Estados Unidos a programar a inteligência artificial" que alimenta o robô, disse.
O conselho de Goertzel foi: "estudem Inteligência Artificial, porque vão haver muitos empregos".
Questionado sobre o futuro do ramo que o criou, o robô Sophia deu provavelmente a sua resposta mais inteligente: "é pena eu não ser um oráculo", sem se adiantar mais.
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