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"Redes sociais são apenas uma plataforma" onde se pode fazer jornalismo

A diretora-geral da AJ+, projeto digital da Al Jazeera, disse à Lusa que as redes sociais "são apenas uma plataforma" onde se pode fazer jornalismo, o qual permite "ter um contacto direto com a audiência".

"Redes sociais são apenas uma plataforma" onde se pode fazer jornalismo
Notícias ao Minuto

10:31 - 07/11/18 por Lusa

Tech Web Summit

A AJ+ "é um meio de comunicação 100% digital e 100% passado nas redes sociais, não temos um sítio 'web', não temos presença física, existimos no ecossistema das redes sociais: Facebook, Twitter, Instagram e Youtube" destinado à geração dos Millennials (também conhecidos como a geração da Internet), explicou, em entrevista à Lusa à margem da Web Summit, Dima Khatib, diretora-geral do projeto detido pela al Jazeera Media Network.

O projeto tem o sinal + porque "tentamos dar algo positivo" e porque também "damos um valor adicional", já que "sempre procuramos histórias que importam à audiência. Construímos o nosso produto com a audiência, não é um serviço tradicional de meios de comunicação" que oferecem um serviço com autoridade, prosseguiu.

"Ao contrário, nós pensamos que audiência faz parte do produto, por isso trabalhamos com a audiência através do contacto diário", o que permite à AJ+ "seguir as tendências das redes sociais e os temas que importam", salientou a diretora-geral.

Questionada sobre se as redes sociais são inimigas dos media, Dima Khatib sublinhou que estas "são apenas uma plataforma como é a televisão".

Ou seja, "podes ser jornalista em qualquer plataforma, o importante é que conteúdos vais oferecer", apontou, acrescentando: "Não me parece que a plataforma determine se és bom ou não, é o jornalismo que determina se o que estamos a fazer é bom ou não. Agora há que ser muito ágil".

Dima Khatib, com mais de 20 anos de carreira no jornalismo, defendeu o uso das redes sociais "como ferramenta para chegar a mais gente" e ter "contacto direto com a audiência", permitindo interatividade com o público.

Sobre os media, a diretora-geral da AJ+ vê o seu futuro "bastante interessante" e considerou que o desafio passará em "como fazer um casamento bem sucedido" entre o que designa o jornalismo tradicional (de apenas uma via) e o jornalismo interativo.

A responsável considera que com a utilização de ferramentas novas saia "um modelo muito distinto" dos media que hoje existem.

"Creio que vamos chegar a uma coisa nova que vai ser super interessante" em que o novo formato de interação com a audiência seja a base, referiu.

"Reitero que sou jornalista e o que quero é fazer jornalismo usando novas ferramentas", sublinhou.

No que respeita ao combate das 'fake news' [notícias falsas], Dima Khatib considerou que é preciso combatê-lo e a "melhor maneira é fazer jornalismo ético, verdadeiro jornalismo", em que as informações são verificadas.

"O que é preciso fazer hoje é mais jornalismo" e "pensar nas redes sociais como uma ferramenta de grande oportunidade para fazer mais jornalismo e assim combater as 'fake news'", apontou.

O projeto AJ+ "tem tido muitíssimo êxito" e tem sido galardoado com vários prémios, estando no top 10 de canais digitais do Facebook em notícias e política nos Estados Unidos e top 20 em termos mundiais, segundo a responsável.

Mais importante do que quantos subscritores da página, Dima Khatib referiu que o mais importante é saber quantas pessoas estão a interagir com os conteúdos da AJ+ e a partilhar.

"Isso para mim é a medida verdadeira de êxito dos produtos", sublinhou, acrescentando que a AJ+ - disponível em quatro línguas: árabe, espanhol, francês e inglês - tem uma "uma taxa de interação ['engagement'] muito alta".

Questionada se gostaria de ter a AJ+ em língua portuguesa, Dima Khatib admitiu que gostaria (fala oito línguas entre as quais a portuguesa), mas salientou que há outros idiomas.

Com mais de 12 mil milhões de visualizações, a AJ+ consegue "ter muito impacto com a audiência" porque aposta no tratamento dos temas numa "outra ótica", 'pegando' em assuntos muitas vezes esquecidos por outros meios de comunicação e acompanhando-os.

Dima Khatib deu o exemplo do tema dos refugiados sírios na Europa - que a AJ+ acompanhou alguns deles desde a fronteira com a Hungria e Áustria tendo depois dado continuidade às suas histórias um ano depois para dar a conhecer o desfecho.

"Esta é a parte mais importante deste produto, é a história humana", disse, e essa aposta tem levado a AJ+ a vencer "os prémios mais prestigiantes", disse.

O reconhecimento é alargado ao mundo árabe, onde os 'rostos' dos apresentadores de programas "são considerados os mais influentes do ponto de vista intelectual".

"Somos muito reconhecidos como marca" e isso leva a que convidem a responsável da AJ+ a partilhar a sua experiência em vários fóruns, como o caso da Web Summit, concluiu.

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