Dead Cells: O jogo onde nenhuma vida é igual

O jogo que mostra como equilibrar repetição sem perder o sentido de progressão.

© Motion Twin

História

Não se pode dizer que ‘Dead Cells’ tenha propriamente uma narrativa. Melhor ainda, o motivo pelo qual deve considerar ‘Dead Cells’ é pela atmosfera que cria com a exploração progressiva do ilha e castelo onde é situado o jogo. O jogador controla o que parece ser uma antiga armadura controlada por uma estranha gosma. Sempre que morre, o mesmo tipo de gosma toma controle da armadura, evidenciando o mistério da sua origem.

A narrativa ‘inspira-se’ em jogos como ‘Dark Souls’ na medida que esta é contada pelos cenários. Pequenos quartos escondem pistas sobre o mundo de jogo ou personagens que podem ajudar a descortinar mais pormenores valiosos para a compreensão do que se passa na ilha. Os diferentes tons dos cenários e os bosses também são pormenores que contribuem para esse ambiente, sempre hostil, opressivo e frequentemente claustrofóbico.

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Grafismo & Som

O design artístico optou por seguir uma linha decididamente retro com o grafismo pixelizado. No entanto, é evidente desde o primeiro momento que estamos perante um jogo atual dado a fluidez dos movimentos e o detalhe na iluminação dos cenários. Os efeitos de diferentes elementos também estão bem conseguidos e é sempre agradável ver como uma pequena zona com água fica gelada com o feitiço certo. Efeitos bem conseguidos que ajudam o jogo a tornar-se ainda mais agradável à vista.

No que diz respeito ao som fica a ideia que podia ter havido uma maior atenção. A música passa facilmente despercebida e nem a inexistência de voz ajuda a que este departamento sobressaia de alguma forma.

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Jogabilidade

‘Dead Cells’ é um jogo estranho na medida que consegue ser tão frustrante quanto recompensador, com a frustração a surgir com a necessidade de uma determinada dose de sorte visto que todos os cenários são aleatoriamente criados sempre que morre em batalha. Isto porque por cada vez que o jogador tenta sair da sua cela encontra diferentes habilidades, armas e feitiços, sendo que uns são mais úteis que outros. Sim, todos são de alguma utilidade mas cedo se aperceberá que uns são mais úteis que outros, de tal modo que, à medida que vai criando táticas para progredir, só se consiga ver a a usar determinados itens.

É portanto imperativo que tenha uma grande variedade de táticas e esteja preparado para diferentes abordagens, até porque nem sempre conseguirá recorrer a feitiços para gelar inimigos. Por vezes terá mesmo de usar escudos e ter timing para bloquear para conseguir contra-atacar no momento. Cedo se vai aperceber também que a motivação para ficar vivo é para manter células que encontra ao longo que vai eliminando inimigos e explorando o cenário. São estas células que lhe permitem melhorar permanentemente as suas habilidades nos pequenos intervalos que tem para respirar entre os níveis.

Apesar da dificuldade do jogo, o combate está de tal forma bem conseguido que, sempre que cai em batalha, vai ter vontade de voltar, lutar e combater para ter sucesso e ultrapassar aquele obstáculo e inimigo. A ajudar a tornar tudo menos frustrante está um sistema de portais que lhe permite viajar rapidamente por cenários já explorados e que o incentiva a descobrir a 100% tudo o que tem à disposição em determinada tentativa.

No que diz respeito a jogabilidade pura e dura, a Motion Twin teve sucesso na criação de um jogo genuinamente divertido.

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Longevidade

Um daqueles jogos cuja longevidade está diretamente relacionada com a habilidade de quem o joga mas, em média, espere uma experiência à volta de 10 horas. São 17 as áreas que o jogo oferece e, mesmo que não tenha de passar por todas elas na derradeira travessia – quando for da sua cela até à última área – cada uma delas é progressivamente mais difícil que a anterior. Boa sorte!

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Pontos fortes

O combate é legitimamente divertido e as diferentes armas podem ser utilizadas em conjunto de formas criativas. Felizmente pode usá-las rapidamente e não é penalizado por usar as suas melhores táticas. O design artístico foi uma opção bem tomada e empresta um charme particular, juntamente com o humor.

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Pontos fracos

O facto de existirem armas e habilidades mais úteis que outras torna o jogo ligeiramente frustrante. Em situações aparentemente aleatórias a câmara prende por momentos num ponto do cenário e retira o jogador da imersão.

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Ideal para…

Quem goste de um bom desafio e tenha fascínio por jogos como ‘Metroid’ e ‘Castlevania’ mas, ao mesmo tempo, queira algo inovador dentro do género. Não se vai arrepender!

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