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"A verdade é que 44 anos depois, Abril falhou em Junho e em Outubro"

A deputada do CDS-PP Ana Rita Bessa lembrou hoje os incêndios de 2017, defendendo que "Abril falhou em junho e em outubro", quando o Estado democrático "não soube proteger nem socorrer" comunidades que ficaram sozinhas.

"A verdade é que 44 anos depois, Abril falhou em Junho e em Outubro"
Notícias ao Minuto

11:22 - 25/04/18 por Lusa

Política CDS

"Democracia é dar garantias a todos, porque todos valemos o mesmo, vivamos numa cidade cosmopolita ou numa aldeia do interior. A nossa Liberdade, como portugueses, só é verdadeira se o for para todos, se existir para todos. A verdade é que 44 anos depois, Abril falhou em Junho e em Outubro", defendeu Ana Rita Bessa.

Na intervenção durante a sessão solene comemorativa dos 44 anos do 25 de Abril no parlamento, o CDS defendeu que os incêndios que vitimaram mortalmente mais de 100 pessoas em 2017 mostraram que o "Estado democrático falhou às pessoas que não soube proteger nem socorrer, às comunidades que ficaram sozinhas a combater os incêndios, às famílias que ficaram isoladas no centro do país".

Ana Rita Bessa iniciou o seu discurso com uma nota pessoal, lembrando o avô de esquerda que sofreu as "agruras destinadas a quem era do contra", com quem foi educada, na lisboeta zona de São Bento, precisamente junto ao edifício da Assembleia da República.

A deputada reuniu também muitas das ideias que o CDS, o único partido a votar contra a Constituição de 1976, costuma evocar nas comemorações da revolução dos cravos, designadamente a de não existem "proprietários do 25 de Abril".

Falando dos "estertores dolorosos de uma violência revolucionária que quase extinguiu o Estado de Direito que então se pretendia edificar", Ana Rita Bessa argumentou igualmente que "o importante é atualizar o sentido 'inteiro e limpo'" e "não é repetir Abril, não é voltar para trás".

A deputada do CDS defendeu que garantir a liberdade "significa protegê-la". Depois de conquistada a "um regime autoritarista", hoje é preciso defendê-la da "tirania das boas intenções", declarou.

Essa tirania, argumentou, "impede a escolha na educação e na saúde, e faz das pessoas danos colaterais de uma ideologia", "proclama a defesa do Estado Social, mas depaupera os hospitais, não investe na escola pública e desvaloriza as forças de segurança" e "sugere a apropriação da propriedade privada, ignorando que se trata de um direito constitucional".

É ainda essa "tirania das boas intenções" que "questiona o fim da vida, e assim o seu valor, em vez de garantir a todos os cuidados que dignificam cada um" e que "decide sobre a vida das pessoas, sem pensar em todas as consequências algumas delas inconstitucionais", defendeu a deputada do CDS-PP.

"Essa tirania das boas intenções, que resiste à iniciativa privada mesmo quando esta se conjuga e promove o interesse público, que anuncia que dá com uma mão, e esconde que tira com a outra, que exige aos cidadãos obrigações mais severas que ao Estado, controlando em vez de confiar", declarou.

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