Meteorologia

  • 19 ABRIL 2024
Tempo
16º
MIN 15º MÁX 21º

Líder do PS e primeiro-ministro? Daniel Adrião é contra acumulação

O candidato à liderança do PS Daniel Adrião defendeu hoje a separação dos cargos de secretário-geral socialista e de primeiro-ministro e acusou a atual direção do seu partido de atuar de forma fechada.

Líder do PS e primeiro-ministro? Daniel Adrião é contra acumulação
Notícias ao Minuto

16:06 - 24/04/18 por Lusa

Política Partidos

Estas posições foram transmitidas por Daniel Adrião na sede nacional do PS, em Lisboa, após ter formalizado junto do presidente deste partido, Carlos César, a sua candidatura ao cargo de secretário-geral dos socialistas.

"Que fique claro, sem tibiezas: Defendemos que o nosso camarada António Costa, inequívoco vencedor das primárias do PS para candidato a primeiro-ministro, deve continuar a merecer a confiança dos militantes e cidadãos para liderar o Governo. Mas propomos a não acumulação de funções de direção executiva no partido com cargos governamentais", declarou o membro da Comissão Política dos socialistas em conferência de imprensa.

Daniel Adrião advogou, neste contexto, que "o PS precisa de um secretário-geral 100% dedicado ao partido, tal como tem um primeiro-ministro 100% dedicado ao país".

"Entendemos que o PS merece um secretário-geral em dedicação exclusiva, que seja efetivamente escolhido pelas bases do partido e não uma solução de recurso sem verdadeira legitimidade democrática", disse, antes de fazer uma alusão crítica ao cargo de secretária-geral adjunta assumido por Ana Catarina Mendes.

Na conferência de imprensa, Daniel Adrião defendeu a atual solução de Governo minoritário socialista apoiado no parlamento pelo Bloco de Esquerda, PCP e PEV, mas logo a seguir lamentou que António Costa "não consiga cumprir por inteiro as suas funções de secretário-geral do PS".

"Foi encontrada a figura da secretária-geral adjunta [Ana Catarina Mendes] para substituir o líder nas suas responsabilidades. Mas esta solução tem um défice de legitimidade e de democraticidade", disse.

Perante os jornalistas, Daniel Adrião fez também várias críticas à cúpula partidária pelo atual estado do PS, dizendo que este partido "se encontra numa situação de grande fragilidade e insustentabilidade, na perceção do militante e do cidadão, particularmente do ponto de vista da liderança, dos processos eleitorais, da fiscalização, da transparência, da prestação de contas e responsabilização perante os militantes e a comunidade".

O PS, completou, deve ser "um partido de convicções mas não de taticismos, cargos e caciques".

Nesse sentido, o dirigente socialista de Alcobaça referiu que um dos pontos centrais da sua moção política de orientação, que será debatida e votada no Congresso Nacional do PS, que se realiza na Batalha, Leiria, entre 25 e 27 de maio, pressupõe uma "mudança de paradigma" ao nível do funcionamento interno do seu partido.

Neste ponto, voltou a reivindicar a necessidade de o PS adotar eleições primárias abertas a simpatizantes nos processos de escolha do secretário-geral, candidato a primeiro-ministro, deputados e eurodeputados, candidatos a presidentes de câmaras, de governos regionais ou de juntas de freguesia.

Já o presidente do PS, Carlos César, após receber a moção de estratégia de Daniel Adrião, que será alternativa à do secretário-geral, António Costa, defendeu que o seu partido "cresce na pluralidade".

"Todos os contributos para o reforço dos mecanismos de democracia interna e de esclarecimento são importantes, como é o caso da candidatura de Daniel Adrião. Como presidente do PS compete-me saudar todos os intervenientes e proponentes nesta fase de pré-congresso", considerou Carlos César.

O presidente do PS considerou ainda que a moção de Daniel Adrião, que se assume como alternativa à do atual secretário-geral e primeiro-ministro, "é uma demonstração pública da liberdade e da forma como os socialistas prezam o pluralismo".

Recomendados para si

;
Campo obrigatório