PSD acusa Governo de apresentar programa de "instabilidade moral"
O líder da bancada parlamentar do PSD, Fernando Negrão, acusou hoje de Governo de não apresentar um Programa de Estabilidade, mas sim de "instabilidade moral" ao falhar o cumprimento da palavra dada.
© Leonardo Negrão / Global Imagens
Política Fernando Negrão
À saída do debate sobre o Programa de Estabilidade, e questionado como votará o PSD o projeto de resolução do CDS-PP, que propõe a rejeição do documento, Fernando Negrão afirmou que esse sentido de voto "ainda não está definido".
"Será definido hoje na reunião da Comissão Política Nacional com o presidente do partido", afirmou.
Nos últimos minutos que o PSD tinha disponíveis no debate, que decorreu hoje no parlamento, Fernando Negrão usou da palavra para dizer que "este não é o Programa de Estabilidade, este é o programa de instabilidade".
"Instabilidade moral porque o Governo não tem honrado a palavra dada", acusou.
O líder da bancada parlamentar do PSD dirigiu o primeiro comentário ao BE e ao PCP, "uma vez que já rendidos às políticas de austeridade" aproveitaram o tempo do debate "para discutir décimas do défice orçamental".
"É a isto que estão reduzidos, senhores deputado do BE e do PCP: engolindo sapos e seguindo em frente. Muito poucochinho senhores deputados", criticou.
Fernando Negrão defendeu ser "urgente outro caminho que não o proposto pelo Governo e pelo PS".
"O caminho do Governo é o caminho da passividade, da facilidade, é o caminho de deixa andar que isto há de correr bem", condenou.
Segundo o líder da bancada parlamentar do PSD, "o crescimento económico deve-se ao poder de arrastamento da economia mundial", considerando que "o Governo faz e fará sempre o contrário daquilo que deve fazer", dando o exemplo do IRC.
"O caminho tem de ser outro porque só assim deixaremos o pelotão dos países que menos crescem na União Europeia", apelou.
Aos jornalistas, sobre a razão por que os sociais-democratas optaram por, ao contrário do CDS-PP, não recomendar ao Governo a rejeição do diploma, Fernando Negrão justificou que o partido considerou ser preferível seguir por um outro caminho.
"O PSD achou que era muito mais importante dizer que o défice necessita de ser controlado, e está a ser controlado e bem, mas o caminho tem de ser outro, nomeadamente no que diz respeito à carga fiscal", afirmou.
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