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Oposição na Câmara critica secretismo de Rui Moreira sobre nova ponte

A oposição na Câmara do Porto criticou hoje o presidente Rui Moreira (independente) por ter apresentado o projeto para a nova ponte sobre o Douro sem dar conhecimento prévio ao executivo, questionando também que estudos sustentam a opção anunciada.

Oposição na Câmara critica secretismo de Rui Moreira sobre nova ponte
Notícias ao Minuto

16:56 - 17/04/18 por Lusa

Política Porto

Na semana passada, as câmaras do Porto e de Vila Nova de Gaia anunciaram a construção de uma nova ponte sobre o rio Douro, a ligar Campanhã a Oliveira do Douro, um projeto inteiramente financiado pelas duas autarquias.

"Como presidente, apresentar publicamente um projeto que não conhecemos e não ouvimos falar (...) reconheço que não é o melhor", afirmou a vereadora da CDU, Ilda Figueiredo, na reunião pública desta manhã.

O vereador do PSD, Álvaro Almeida, subscreveu as palavras de Ilda Figueiredo, afirmando que "não faz sentido" apresentar o projeto sem ter havido "a mínima discussão" sobre o mesmo.

Na resposta, Rui Moreira pediu para ser exibido um filme de dois minutos referente a uma reunião da Assembleia Municipal, em dezembro, na qual o autarca anunciou a possibilidade de ser construída mais uma ponte entre as duas cidades, a montante da Ponte Luiz I.

"os senhores participam nas assembleias municipais e é nelas que devem ser dadas e foram dadas informações. Se estão desatentos, nós não estamos (...) Só é secreto para quem lá vai passear", disse o autarca após a exibição.

O vereador do PS, Manuel Pizarro, disse logo depois considerar "o segredo aceitável", mas destacou que foi o próprio site da Câmara - porto.pt - que "falou em segredo", disponibilizando-se para mostrar o 'printscreen' do que foi divulgado com o título "Como Rui Moreira e Eduardo Vítor Rodrigues prepararam em segredo a construção da nova ponte".

"De facto, eu ia dizer que li no site", disse Ilda Figueiredo, acrescentando que recebeu o convite para ir à apresentação do projeto, mas que o mesmo "nem sequer referia o que era" lá apresentado.

Para Manuel Pizarro, na lógica de uma cidade metropolitana, há necessidade de melhorar as ligações com Gaia, bem como há necessidade de dar continuidade ao projeto da Circunvalação, mas agora há uma dificuldade "em perceber como esta nova ponte vai contribuir para uma melhor fluidez do trânsito".

"E as ligações à cota baixa e cota alta, esta ponte tem isto estudado?", questionou ainda Pizarro, considerando que o lado de Gaia "tem vantagens mais visíveis".

Álvaro Almeida disse que "o que foi apresentado não foi nada", apenas "uma ideia" e de concreto apenas o local da ponte, mostrando dúvidas quanto ao mesmo.

Perante a impossibilidade de alargar o tabuleiro inferior da ponte D. Luís, porque a Direção Regional de Cultura não aprova o projeto, o presidente da câmara afirmou que agora "há um entendimento" com Gaia para se avançar com uma nova travessia e o projeto apresentado "resulta de um desenho já do passado", sendo o objetivo lançar um concurso público internacional para a conceção da ponte.

O vereador do Urbanismo, Pedro Baganha, explicou que o local foi escolhido tendo em conta a largura do rio e a geografia das margens, considerando que a ponte naquele local "vai permitir resolver a mobilidade e reequilibrar a cidade, investindo na zona Oriental", o que é um dos objetivos da maioria.

PSD, CDU e PS pediram que lhes fossem facultados os estudos até então usados e/ou feitos sobre o novo projeto.

A travessia será construída à cota baixa, terá 250 metros e ligação para trânsito rodoviário e transporte público, passagem pedonal e ciclovia.

Nesta reunião do executivo, foi aprovado por unanimidade o reconhecimento da Confeitaria Cunha, no âmbito do programa "Porto Tradição".

O executivo aprovou ainda, com 11 votos a favor e dois brancos, o nome de Isabel Ponce Leão para presidir à Comissão Municipal de Toponímia.

Uma das votações que suscitou novamente a saída deliberada da sala do vereador do PSD foi a da designação do representante da autarquia para a Assembleia geral do Instituto de patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (IPATIMUP).

O social-democrata justificou a sua decisão com o facto de, "mais uma vez", estar confrontado com uma decisão "já tomada", tendo inclusive a Assembleia-geral do IPATIMUP já se ter realizado.

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