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PCP condena milhões para Novo Banco e "obsessão" por défice

O secretário-geral comunista criticou hoje a opção de venda e "injeções" de capital estatal na banca, citando o extinto Espírito Santo, em vez de investimento público em serviços e reposição de direitos, além da "obsessão" pelo défice.

PCP condena milhões para Novo Banco e "obsessão" por défice
Notícias ao Minuto

17:50 - 05/04/18 por Lusa

Política Jerónimo de Sousa

No debate parlamentar quinzenal com o primeiro-ministro, António Costa contrapôs que os bons resultados económicos se devem ao crescimento e não a cortes ou aumento de impostos, defendendo a opção pela venda do Novo Banco por trazer menos prejuízo, apesar de reconhecer que o prazo de recuperação do empréstimo ao fundo de resolução seja de 30 anos.

"Esperando que tenhamos uma vida longa, tenho a impressão de que não vamos ver esse pagamento um dia ser concretizado. Oxalá eu me engane. Há muita dúvida em relação a esse pagamento atempado", ironizou Jerónimo de Sousa.

O chefe do executivo socialista tinha contrariado a tese comunista de que teria sido melhor manter o Novo Banco "na esfera pública", afirmando que a alternativa da nacionalização "implicava imediatamente que o Estado tivesse injetado entre 4.000 e 4.700 milhões de euros".

"O banco seria nosso e, nesse caso, o prejuízo também seria nosso. Em vez de estarmos a emprestar agora mais 700 milhões de euros, estávamos agora a pagar 1.700 milhões de euros, que são as imparidades registadas nesse ano", disse António Costa, elogiando o "modelo de venda" por obrigar o Estado a emprestar "até um máximo de 3.800 milhões de euros".

"Não é dinheiro injetado, é emprestado e o Estado recuperará do fundo de resolução, conforme os bancos forem pagando. Levará 30 anos, mas iremos recuperar esse montante", sublinhou.

Jerónimo de Sousa, aproveitando a polémica em torno dos concursos de apoio às artes e cultura, voltou a pedir a verba orçamental de 25 milhões de euros para aquele setor, assim como a revisão de todos os procedimentos e do modelo de financiamento, lamentando ainda que os bons resultados económicos não levem o Governo a "resolver os problemas", a fazer "investimento público" e nos vários serviços, nem na "reposição de rendimentos e direitos".

"Em 2017, o Governo teve uma situação orçamental melhor do que o previsto e em vez de a utilizar para resolver problemas urgentes do país, utilizou-a para reduzir ainda mais o nível do défice ainda mais do que já tinha decidido reduzir", condenou o líder comunista, referindo-se a um executivo que optou por "levar ainda mais longe a obsessão pelo défice",

Jerónimo de Sousa reforçou: "continua a faltar dinheiro para muita coisa, para a banca é que nunca falta".

"Não tivemos o resultado orçamental do ano passado à custa do que quer que seja. Tivemo-lo apesar de ter havido um aumento de 25% do investimento, de 5% com a despesa com a saúde, da introdução das 35 horas [semanais de trabalho], de termos acabado com a sobretaxa [de IRS], de termos reposto integralmente salários e pensões, de um complemento extraordinário de pensões... Não andámos a fazer cortes... Aquele resultado deve-se ao crescimento da economia", disse Costa.

Para o primeiro-ministro, "a trajetória orçamental é saudável, não feita à custa de cortes nem de aumento de impostos, mas de boa gestão económica e recuperando os cortes e aumentos que tinham sido impostos pela maioria de direita".

"É esse o caminho que, em conjunto, devemos prosseguir", apelou o chefe de Governo ao secretário-geral do PCP.

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