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"O meu desejo é ver Rui Rio como primeiro-ministro dentro de ano e meio"

O ex-líder parlamentar do PSD Luís Montenegro assegurou que o seu desejo é que o presidente do partido seja primeiro-ministro em 2019, considerando que é "um erro colossal" colocar a hipótese de Rui Rio não terminar o mandato.

"O meu desejo é ver Rui Rio como primeiro-ministro dentro de ano e meio"
Notícias ao Minuto

08:32 - 04/04/18 por Lusa

Política Montenegro

Em entrevista à Lusa um dia antes de deixar o Parlamento, Montenegro avisa que "só no PCP e BE é que pensam todos da mesma maneira" e deixa várias propostas que gostaria que o PSD colocasse na sua agenda política, como um referendo à eutanásia, o regresso ao tema da natalidade e, a médio prazo, a revisão da Constituição.

"Toda a normalidade vai imperar na vida interna do PSD, agora não vamos pensar todos a mesma coisa sobre todas as matérias, isso é só no PCP é que acontece", afirmou Luís Montenegro.

O ex-líder parlamentar salienta o caráter plural do PSD, onde "há diferenças de opiniões", mas onde estão todos concentrados no mesmo objetivo: "Criar condições para ver o nosso líder, o nosso projeto, o nosso partido, ganhar as eleições".

"O meu desejo é ver o dr. Rui Rio primeiro-ministro dentro de um ano e meio", afirmou.

Questionado se pode vir a ser um 'rioísta', Montenegro preferiu definir-se como um "'PSDista' desde sempre".

"Estive sempre ao lado dos líderes, mesmo com aqueles com os quais concordava menos (...) Nunca deixei de ser leal e solidário com todas as lideranças e é isso que farei com esta, não há nenhuma razão para não ser assim, nenhuma mesmo", sublinhou.

Depois de no último Congresso, que se realizou em meados de fevereiro, ter manifestado abertura para se candidatar à liderança se o PSD precisar de si no futuro, Montenegro considera que essa necessidade não se irá manifestar antes de 2019.

"Não, o dr. Rui Rio vai completar o seu mandato, vai afirmar a sua liderança projetando-a nos momentos eleitorais, quer as regionais da Madeira - onde a responsabilidade é mais da estrutura regional -- quer, sobretudo, nas europeias e nas legislativas", afirmou.

Dizendo que seria "um erro colossal colocar sequer a hipótese" de Rio não chegar às eleições, Montenegro defendeu que o PSD tem "razões fundadas" para se constituir como uma alternativa.

Por um lado, o antigo líder parlamentar do PSD defende que a atual governação tem "grandes erros e omissões", como a ausência de reformas, sustentando que o país continua a viver da "herança do percurso económico feito entre 2013 e 2015".

"Os socialistas, os comunistas, os bloquistas deitam muitos foguetes, fazem muita festa, mas no final destes quatro anos vamos concluir que esta foi uma legislatura perdida, do 'deixa andar', de gestão diária do dossiês políticos e da sobrevivência dos três partidos que compõem a maioria parlamentar", criticou.

Sobre os temas em que o PSD poderá afirmar as suas diferenças em relação ao PS, Luís Montenegro apontou as questões demográficas -- salientando que os resultados da natalidade já pioraram com o atual Governo -, o envelhecimento ativo ou uma maior adequação às necessidades do mercado de trabalho, quer pela qualificação quer pela atração de mão de obra imigrante.

"O dr. Rui Rio terá agora de começar a afirmar as ideias que lançou na campanha interna. Não se pode antecipar a campanha eleitoral mas também não se pode deixar um vazio programático que possa ser ocupado por outro partido", afirmou.

Tal como já defendeu numa reunião do grupo parlamentar, o ainda deputado gostaria de ver a bancada do PSD propor um referendo à eutanásia e uma comissão de inquérito ao caso das alegadas adoções ilegais envolvendo a Igreja Universal do Reino de Deus.

Apesar de as matérias de reforma do sistema político terem feito sempre parte das suas prioridades, Montenegro reconhece que neste momento não há condições para avançar devido à "intransigência do PS" mas gostaria que o PSD colocasse em cima da mesa, no quadro do diálogo com o Governo e os socialistas, o tema da revisão constitucional.

"Não faria disso uma prioridade, mas, numa atitude prospetiva de médio e longo prazo, mais tarde ou mais cedo teremos de esbarrar nessa discussão. Quanto mais tempo a adiarmos, pior para o país", alertou.

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