Santos Silva nega que a ida ao Parlamento se deva "à insistência" do CDS
O ministro dos Negócios Estrangeiros negou hoje que a sua ida ao parlamento na quarta-feira para debater o caso Skripal se deva à insistência do CDS-PP, apresentando uma "prova física" para mostrar que ideia partiu de si próprio.
© Reuters
Política Caso Skripal
"Não sei como é que se pode dizer que eu estou obrigado a comparecer numa reunião a uma hora que eu próprio propus", comentou Augusto Santos Silva, ao mesmo tempo que apresentava uma "prova física", um despacho do seu chefe de gabinete, para "repor a verdade dos factos".
O chefe da diplomacia portuguesa refutou, deste modo, o argumento utilizado pouco antes pelo líder parlamentar do CDS-PP, Nuno Magalhães, de que foram os centristas a forçar a presença de Santos Silva na comissão parlamentar dos Negócios Estrangeiros para debater a posição de Portugal na crise diplomática com a Rússia na sequência do caso do ex-espião duplo Serguei Skripal.
Para "repor a verdade dos factos", Santos Silva entregou aos jornalistas cópia de um ofício em que manifesta a sua "disponibilidade para reunir com as comissões dos Negócios Estrangeiros e das Comunidades Portuguesas e de Assuntos Europeus nos dias 04 de abril, período da manhã, entre as 09:00 e as 11:30, e 05 de abril, período da tarde, depois do debate quinzenal, sobre os temas: medidas diplomáticas na sequência dos ataques de Salisbury e medidas de cibersegurança e comunicação estratégica".
Serguei Skripal, de 66 anos, e a filha, Yulia, de 33, foram envenenados a 04 de março em Salisbury, no sul de Inglaterra, com um gás neurotóxico produzido, segundo as autoridades britânicas, no âmbito de um programa químico nuclear soviético, o que Moscovo nega.
O incidente de Salisbury desencadeou entre Moscovo e o Ocidente uma das piores crises diplomáticas dos últimos anos.
No total, o Reino Unido e seus aliados, entre os quais a União Europeia e a NATO, anunciaram mais de 150 expulsões de diplomatas russos dos seus territórios.
A Rússia ripostou adotando medidas idênticas em relação a um número equivalente de diplomatas desses Estados.
Após ter expulsado, a 17 de março, 23 diplomatas britânicos e encerrado o consulado britânico em São Petersburgo, bem como o British Council na Rússia, Moscovo exigiu no sábado a Londres que reduza os seus funcionários diplomáticos em mais de 50 pessoas para obter uma "paridade" das missões diplomáticas.
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