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CDS diz que forçou ida de Santos Silva ao Parlamento na quarta-feira

O líder parlamentar do CDS-PP afirmou hoje que, por sua insistência, o ministro dos Negócios Estrangeiros estará na quarta-feira no parlamento para prestar esclarecimentos sobre a posição de Portugal na crise diplomática com a Rússia.

CDS diz que forçou ida de Santos Silva ao Parlamento na quarta-feira
Notícias ao Minuto

17:16 - 03/04/18 por Lusa

Política Nuno Magalhães

Nuno Magalhães falava aos jornalistas na Assembleia da República, após uma reunião da Comissão Parlamentar de Negócios Estrangeiros.

"Só por insistência uma e outra vez do CDS, por requerimento do CDS - e até por desistência de um outro requerimento por nós apresentado sobre cibersegurança - depois de muita resistência, é que o senhor ministro [Augusto Santos Silva] foi obrigado a vir na quarta-feira, pelas 09:15 horas, à Comissão de Negócios Estrangeiros, reunião que será conjunta com as comissões de Assuntos Europeus e de Defesa Nacional", declarou o presidente do Grupo Parlamentar do CDS-PP.

De acordo com o líder parlamentar democrata-cristão, na quarta-feira, o país pode "finalmente ficar a saber as razões ponderosas e o interesse nacional sempre invocados pelo senhor ministro, mas sempre sem detalhar, sem pormenorizar e sem explicar, como é devido de forma transparente na casa do parlamento".

Nuno Magalhães adiantou que, pela parte do CDS-PP, a reunião desta quarta-feira com o ministro dos Negócios Estrangeiros, pelo melindre do tema diplomático em análise, até poderia realizar-se à porta fechada, ou seja, sem a presença de jornalistas na sala.

"Esta reunião será feita à porta aberta pela simples razão de o Governo não ter requerido para que fosse à porta fechada - e o PS requereu mesmo que fosse feita à porta aberta. Pela parte do CDS não havia nenhuma oposição para, caso o senhor ministro [Santos Silva] manifestasse essa vontade, a reunião pudesse ser feita à porta fechada", disse.

Feita a opção pela abertura da reunião à presença de jornalistas, Nuno Magalhães deixou então uma advertência: "Esperamos que o ministro dê as justificações que tem de dar de forma detalhada, não se refugiando no facto de a reunião ser à porta aberta".

"Se a reunião é à porta aberta, tal só responsabiliza o Governo e o PS", frisou.

Em relação à posição de fundo do CDS sobre a atual crise no sistema de relações internacionais, sobretudo envolvendo países da NATO e a Rússia, Nuno Magalhães referiu que o seu partido considera "grave" que em solo europeu, no Reino Unido - "o mais velho aliado de Portugal -, se ter alegadamente usado armas químicas".

"O CDS considera que a escalada de tensão entre a União Europeia e a NATO com a Rússia não é boa para ninguém. Por outro lado, o CDS considera que a política de vizinhança ao nível europeu é muito importante, razão pela qual Portugal pode e deve ter uma boa relação com a Rússia", defendeu.

No entanto, para o presidente da bancada do CDS-PP, apesar de a sua força política adotar uma posição "responsável e prudente", rejeita ao mesmo tempo uma atuação de passividade perante esta conjuntura política.

"Se o Governo português entende que há razões ponderosas e fundamentais, que têm a ver com o interesse nacional, para não tomar uma posição mais radical, tal como outros países, então que explique. Todos temos de ser prudentes, todos temos de pôr o interesse de Estado acima de qualquer interesse partidário, mas o ministro dos Negócios Estrangeiros tem de explicar a razão para Portugal não ter seguido outros Estados e outras organizações internacionais do qual faz parte e é até fundador", completou

Para Nuno Magalhães, as razões inerentes à atuação diplomática de Portugal "até podem ser boas e fundadas, mas têm de ser conhecidas".

"A opacidade não é solução", acrescentou.

A crise diplomática originada pelo envenenamento do antigo espião Sergei Skripal e da sua filha Yulia já levou à ordem de expulsão de cerca de 300 diplomatas.

A 14 deste mês, o Reino Unido anunciou a expulsão de 23 diplomatas russos, uma manobra diplomática que foi seguida nos últimos dias por muitos países ocidentais, pela Ucrânia e pela NATO, o que afetou mais de 150 membros de representações diplomáticas da Rússia em dezenas de países.

Na União Europeia, foram 18 os países que seguiram os procedimentos de Londres, ordenando a expulsão de mais de 30 diplomatas russos, além dos 23 que foram inicialmente mandados sair do Reino Unido.

Estas expulsões foram anunciadas pela Alemanha (quatro expulsões), França (quatro), Polónia (quatro), Lituânia (três), República Checa (três), Espanha (dois), Itália (dois), Holanda (dois), Dinamarca (dois), Suécia (um), Letónia (a), Roménia (um), Croácia (um), Finlândia (um), Estónia (um), Hungria (um), Irlanda (um) e Bélgica (um).

Portugal foi um dos países que, juntamente com a Eslováquia, Bulgária, Luxemburgo e Malta, chamaram embaixadores para conversações, mas não expulsaram diplomatas russos.

Depois do anúncio destes países, a Rússia anunciou que iria retaliar proporcionalmente, criticando as medidas tomadas por Londres sem provas e reafirmando a sua inocência na utilização de um agente químico para envenenar o antigo espião Skripal e a sua filha.

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