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Bloco concorda com posição do Governo sobre o caso Skripal

O Bloco considerou hoje que o Governo agiu "de forma correta" no caso Skripal, mas assegurou que não existiu qualquer contacto com o executivo sobre esta matéria.

Bloco concorda com posição do Governo sobre o caso Skripal
Notícias ao Minuto

13:26 - 28/03/18 por Lusa

Política Pedro Filipe Soares

Questionado se, como sugeriu o PSD, o Bloco condicionou o Governo na sua resposta diplomática ao envenenamento do ex-espião russo Serguei Skripal no Reino Unido - cuja responsabilidade Londres atribui a Moscovo -, o líder parlamentar Pedro Filipe Soares respondeu negativamente.

"O BE sobre esta matéria nem sequer teve nenhum contacto com o Governo. Não quer dizer que não tenhamos opinião, mas para ficar claro nem indicámos sequer qualquer ideia sobre esta temática ao Governo", salientou Pedro Filipe Soares, em declarações aos jornalistas no parlamento.

Sobre a posição do executivo português, o líder da bancada do BE considerou que "o Governo agiu de forma correta ao pedir a opinião do embaixador para ter mais conhecimento sobre o caso" e por "não acompanhar a escalada de tensão que tenderá a não ter bons resultados no futuro imediato".

"Não deixamos de condenar veementemente, e com toda a clareza, a tentativa de assassinato de um ex-espião que claramente não pode ser branqueada neste contexto", afirmou ainda Pedro Filipe Soares.

Na terça-feira à noite, em entrevista à RTP, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, anunciou que "Portugal chamou para consultas o seu embaixador em Moscovo".

Hoje, o PSD acusou o Governo de ter uma posição "tímida e condicionada" pelo PCP e BE no caso Skripal e defendeu a expulsão imediata de diplomatas russos, tal como fizeram a maioria dos países da União Europeia.

"A única explicação que encontro, num PS que foi sempre atlantista, é de se sentir condicionado pela aliança com PCP e BE", afirmou Fernando Negrão.

Também na terça-feira, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, considerou que a chamada do embaixador de Portugal em Moscovo para consultas a Lisboa constitui "um aviso" e "uma decisão forte por parte do Estado português".

Na entrevista à RTP, Augusto Santos Silva rejeitou a ideia de que Portugal esteja fora do movimento de expulsão de diplomatas russos, lembrando que o país apoiou as decisões tomadas neste âmbito pela União Europeia e pela NATO.

"Usamos de prudência e entendemos que, neste momento, é a medida mais adequada para defender os interesses nacionais e manifestar também no plano internacional a importância que concedemos à responsabilidade da Federação Russa, que tudo leva a crer que seja absoluta, no ataque perpetrado em Salisbury", justificou o governante.

Em 14 de março, o Reino Unido anunciou a expulsão de 23 diplomatas russos do território britânico e o congelamento das relações bilaterais com a Rússia, em resposta ao envenenamento do ex-espião russo Serguei Skripal com um gás neurotóxico no dia 04 de março na cidade inglesa de Salisbury.

Moscovo respondeu expulsando 23 diplomatas britânicos e suspendendo a atividade do British Council na Rússia.

O caso Skripal provocou uma grave crise diplomática, que se estendeu a outros países aliados do Reino Unido, como os Estados Unidos e vários Estados-membros da União Europeia, entre os quais a Alemanha, a França e a Polónia, que decidiram também expulsar diplomatas russos.

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