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Expulsão de diplomatas? “Acho bem que Portugal não alinhe com a onda”

Miguel Sousa Tavares defende que Portugal não deve expulsar diplomatas russos do território nacional, aproveitando a oportunidade para relembrar que os "ingleses querem sair da Europa".

Expulsão de diplomatas? “Acho bem que Portugal não alinhe com a onda”
Notícias ao Minuto

23:38 - 26/03/18 por Filipa Matias Pereira

Política Sousa Tavares

Esta segunda-feira, os Estados Unidos anunciaram a expulsão de 60 diplomatas russos. Uma medida que foi ‘apoiada’ por diversos chefes de Estado de outras nacionalidades. Trata-se, com efeito, de uma resposta concertada ao envenenamento com gás tóxico de um ex-espião russo,  Serguei Skripal, e da sua filha, que ocorreu em 4 de março em Salisbury (sudoeste de Inglaterra).

Perante a situação que marcou a atualidade noticiosa mundial, o Ministério dos Negócios Estrangeiros português emitiu um comunicado onde diz tomar “boa nota das decisões anunciadas hoje por vários Estados-membros da União Europeia, relativas à expulsão de diplomatas da Federação Russa neles acreditados". Face à situação, Miguel Sousa Tavares é perentório ao defender que Portugal não deve expulsar diplomatas russos do país: “Acho bem que Portugal não alinhe com a onda”.

No entendimento do escritor, esta parece “claramente uma posição da NATO”. Considerando que a Rússia possa estar implicada na morte do espião e da filha, “o que ainda não está completamente provado, acho aqui várias coisas surpreendentes”. Uma delas, enumera, “é que os governos europeus não estejam preocupados com as grandes suspeitas que foram lançadas sobre a intervenção da Rússia em atos eleitorais da Europa, nomeadamente no referendo inglês, e nas eleições americanas”.

É ainda “estranho”, acrescenta o jornalista, que “não estejam preocupados porque há suspeitas muito bem fundamentadas de que, de facto, os russos intervieram em colaboração com a empresa Cambridge Analytica e com o Facebook para potenciar o desfecho de eleições mancomunados com a extrema direita americana e europeia. Isso sim é gravíssimo. Não está em causa a vida de pessoas, mas minar os fundamentos das democracias ocidentais”.

Para além disso, realça num habitual espaço de debate na antena da SIC, “acho extraordinário que os ingleses, que querem sair da Europa, convoquem a solidariedade dos países europeus para isto. E acho ainda extraordinário que Theresa May esteja tão indignada e que Boris Johnson - Secretário de Estado do Reino Unido para os Assuntos Externos - compare Putin a Hitler e o mundial de futebol aos jogos olímpicos de 1936 em Berlim, mas não retirem a seleção inglesa do mundial da Rússia”, que, aliás, “ não fará grande falta futebolisticamente”.

Para finalizar, Sousa Tavares ressalva que acha extraordinário que “não se livrem dos oligarcas russos que vivem em Inglaterra, nomeadamente dos que são donos dos grandes clubes de futebol ingleses e que contribuem decisivamente para a saúde financeira do imobiliário inglês. Aí sim, atingiriam os amigos de Putin”.

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