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Bagão Félix diz não ser "muito favorável" à ideia de um "Bloco Central"

O ex-ministro das Finanças Bagão Félix disse hoje não ser "muito favorável" à ideia de um "Bloco Central" em Portugal porque aquela constituição de Governo "anula quase" as escolhas e "fortalece os pequenos partidos".

Bagão Félix diz não ser "muito favorável" à ideia de um "Bloco Central"
Notícias ao Minuto

19:58 - 21/03/18 por Lusa

Política Ex-ministro

"Eu, pessoalmente, acho que os eleitores portugueses devem ter o mais possível clareza nas escolhas. O Bloco Central tem esse problema, é que o Bloco Central anula quase as escolhas e fortalece os pequenos partidos fora do Bloco Central. Eu prefiro uma liderança em que haja a possibilidade não só de alternativa como de alternância e não sou muito favorável à ideia de Bloco Central enquanto votante", afirmou o também ex-ministro do Trabalho, na Universidade do Minho em Guimarães.

À margem de uma palestra sobre liderança e ética, quando questionado sobre a aproximação do atual líder do PSD, Rui Rio, ao primeiro-ministro e líder do PS, António Costa, Bagão Félix referiu que é uma estratégia.

"Eu creio que a ideia dele é afastar de algum modo os partidos à esquerda do PS da área do poder, democraticamente falando, para isso há várias vias, ele podia ter escolhido uma outra", disse.

Bagão Félix, que se assumiu apartidário e confessando-se apenas benfiquista, falou ainda da necessidade de ética na política, considerando que não seria positivo que a legislação regulasse "exigências de natureza ética".

"Em primeiro lugar é bom que a lei, o direito positivo esteja encorpado de mais exigências de natureza ética, é muito positivo. Em segundo lugar tem um ponto que não é negativo, mas que às vezes é preocupante, é que há pessoas que precisam que regras essenciais do ponto de vista comportamental e ético estejam na lei para as cumprir", referiu.

Questionado sobre que tipo de regras falava, o ex-ministro exemplificou com "conflitos de interesses, incompatibilidades de cargos.

"Se estiverem na lei, melhor, mas em alguns casos não era preciso que estivessem na lei", defendeu.

O economista, quando confrontado sobre se também se referia a casos de 'inverdades' curriculares, não quis falar de casos concretos, remetendo a resposta para a necessidade de a classe política dar o exemplo.

"Eu não quero estar a falar em casos concretos, mas falei da única autoridade que acho que é importante, que é a autoridade do exemplo, quando se mente, quando se forja uma coisa que não corresponde à realidade, quando se alteram determinados tipos de pressupostos para uma tomada de posição, não se está a dar o exemplo", explicou.

"A política é muito escrutinada e, normalmente, não é pelos bons exemplos, é pelos maus, que são mais contagiosos do que contagiantes e isso implica que, em geral, a ideia que as pessoas têm da classe política é que é toda igual, é toda má, isso não é verdade", defendeu.

Quanto aos seus gostos pessoais, além do Benfica, Bagão Félix reafirmou a paixão pela botânica, maior do que pela política.

"Eu gosto mais de botânica, eu dou-me muito bem com as árvores, com as plantas, temos uma forma de comunicação muito silenciosa, mas muito desinteressada. Com a política já sai. Eu fui à política, estive em Governos, mas não sou político", disse.

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