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Jerónimo desafia a investir na floresta o que se "gastou a salvar banco"

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, desafiou hoje o Governo a investir na floresta o que gastou a salvar um só dos bancos privados.

Jerónimo desafia a investir na floresta o que se "gastou a salvar banco"
Notícias ao Minuto

19:11 - 20/03/18 por Lusa

Política Governo

"Não há resposta para a floresta, sem recursos humanos, sem meios financeiros e sem tempo. Continuamos a desafiar o Governo PS a investir na floresta o que gastou a salvar um só dos bancos privados. E nem precisamos de recorrer ao que se vai gastar no BES [Banco Espírito Santo]", disse Jerónimo de Sousa, na sua intervenção no seminário "A defesa da floresta e do mundo rural", organizado pelo PCP em Leiria.

Referindo que renova a sua "profunda solidariedade" pelas vítimas dos incêndios de junho e outubro de 2017, o secretário-geral do PCP considerou ainda que "o Governo deve dedicar uma significativa importância às casas de segunda habitação" que foram destruídas pelo fogo.

"Estamos a falar da sobrevivência de muitas aldeias. Estamos a falar de homens e mulheres idosos que foram obrigados, quase meninos, a ir trabalhar para longe, pelas condições de miséria, e que agora voltavam amiúde, cultivavam pequenas hortas, faziam investimentos e consumos no comércio e serviços locais, e para ali arrastavam filhos e netos", precisou Jerónimo de Sousa.

O líder comunista alertou que, ao verem "destruídas as casas que levaram uma vida inteira a construir, tenderão a desistir, a abandonar, a fixar-se definitivamente perto dos seus".

Acusando os partidos que têm estado nos últimos anos no Governo de "promoverem o desordenamento florestal" e "a monocultura do eucalipto", não concretizando "a política de prevenção e defesa da floresta", Jerónimo de Sousa defendeu os agricultores e produtores florestais.

"Enquanto uns não se cansam de dizer que os culpados estão entre os pequenos e médios agricultores e produtores pecuários e florestais, o PCP afirma que eles são as principais vítimas de uma política de desastre para a floresta e o mundo rural" e "não os responsáveis das tragédias que atingiram o País em 2017", acrescentou.

Jerónimo de Sousa elencou ainda um conjunto de "prioridades" que defendeu deverem ter a "ação do Governo". Entre elas estão a reprogramação do PDR2020 (Programa de Desenvolvimento Rural), "assegurando as verbas para os projetos da pequena e média agricultura", a programação de "investimentos públicos em infraestruturas e equipamentos coletivos, assumindo sempre que necessário a promoção direta da atividade produtiva", avançar com "medidas de discriminação positiva da agricultura familiar", "apoiar a florestação com espécies autóctones" e "assegurar a capacidade operacional dos corpos de bombeiros portugueses".

Referindo-se ao Pinhal de Leiria, que foi devastado pelos incêndios de outubro, o secretário-geral do PCP, voltou a defender a sua "gestão pública". "Para aqui têm de ser canalizados os meios técnicos, humanos e financeiros, para a hercúlea obra de o recuperar. A desorientação a que se assiste nesta fase, com iniciativas desgarradas, desconexas, sem orientação e plano estratégico que se conheça, é muito preocupante", alertou.

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