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Movimento de Moreira acusa Pizarro (PS) de "demagogia"

O movimento independente de Rui Moreira acusou hoje o socialista Manuel Pizarro de "lamentável demagogia" por "sugerir" que o presidente da Câmara do Porto "deveria cometer ingerência nas Juntas", devido ao atraso salarial na autarquia do centro histórico.

Movimento de Moreira acusa Pizarro (PS) de "demagogia"
Notícias ao Minuto

20:07 - 16/03/18 por Lusa

Política Porto

Em comunicado, a associação "Porto, o Nosso Movimento" diz que o presidente da Federação Distrital do Porto do PS, "acha que Rui Moreira é responsável pela gestão das Juntas de Freguesia ou pelos atos dos seus presidentes de Junta, mas não esclarece se já questionou o secretário-geral do seu partido, António Costa, quando algo corre mal nas autarquias ou nas empresas públicas geridas pelo PS", questionando "qual a quota-parte de responsabilidade de Manuel Pizarro na bancarrota de Sócrates".

Manuel Pizarro, que criticou ao início da tarde a "indiferença" de Moreira perante o atraso salarial na União de Freguesias do Centro Histórico, liderada por um eleito pelo movimento independente, reagiu à Lusa manifestando "surpresa" por Rui Moreira preferir atacá-lo pessoalmente "em vez de esclarecer a gravíssima situação de atraso no pagamento de salários" naquela autarquia.

Para o "Porto, o Nosso Movimento", Pizarro "dedicou-se a mais um exercício de lamentável demagogia, ao sugerir que Rui Moreira deveria cometer ingerência nas Juntas de Freguesia".

O movimento questiona ainda se Pizarro "se sente responsável e a tutelar todos os atos dos autarcas socialistas que escolheu no distrito do Porto".

"Assumo todas as responsabilidades enquanto dirigente do PS. Mas não há nenhuma junta de freguesia ou câmara do PS com salários em atraso", respondeu Pizarro.

"No Porto, ao fim de 40 anos de poder local democrático, foi precisa uma maioria absoluta de Rui Moreira para haver salários em atraso", acrescentou.

O movimento de Rui Moreira refere o "estado deplorável" em que "autarcas socialistas deixaram algumas das juntas" que compõem a União do Centro Histórico e questiona se o PS "quer prestar esclarecimentos" sobre a situação, que levou aquela autarquia a herdar "uma situação financeira difícil".

Para o movimento, "mais pertinente será ainda perguntar a Manuel Pizarro se quer explicar ou mesmo quantificar a sua quota de responsabilidade como membro do então Governo liderado por José Sócrates, de que fazia parte empenhada".

Isto, prossegue, "quando Portugal foi obrigado -- à beira da bancarrota e sem dinheiro para pagar vencimentos aos funcionários públicos -- a pedir ajuda externa e a subordinar a soberania de Portugal a credores externos, como o FMI".

"Constato com surpresa que Rui Moreira prefere atacar-me pessoalmente em vez de esclarecer a gravíssima situação de atraso no pagamento de salários da junta de freguesia do CH", afirmou Pizarro.

O socialista alertou que "atirar as culpas para os outros não resolve os problemas das pessoas cuja dignidade e condições de vida foram gravemente postas em causa pelo comportamento da junta de freguesia do CH e pela Câmara do Porto".

O presidente da União de Freguesias do Centro Histórico, António Fonseca, a quem Rui Moreira retirou a confiança política no anterior mandato, disse à Lusa que, pelas 16:30 de hoje, pagou "a todos os 79 funcionários" os 50% do ordenado de fevereiro que estavam em atraso desde o fim de janeiro.

Em conferência de imprensa realizada durante a manhã, o presidente da União de Freguesias do CH disse que esperava "pagar ainda hoje" os salários em atraso, acrescentando estar a aguardar que a Câmara lhe transferisse a verba referente ao contrato interadministrativo, cujo visto do Tribunal de Contas (TdC) "chegou há uma semana".

Questionado pela Lusa, o gabinete de comunicação da Câmara do Porto esclareceu não ter "nada tem a ver com a situação financeira da União de Freguesia nem se pode nela se pode imiscuir, sob pena de exceder o seu mandato e cometer ingerência".

A autarquia disse ainda estimar que "as primeiras transferências poderão ocorrer na próxima semana, depois de darem entrada na Câmara as guias oriundas do TdC".

Questionado pela Lusa sobre como fez o pagamento dos salários que esta manhã dizia estarem dependentes da transferência da Câmara do Porto, António Fonseca não quis dar detalhes.

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