Meteorologia

  • 26 ABRIL 2024
Tempo
17º
MIN 12º MÁX 17º

CDS que "pode contar" com partido para nova maioria conjunta

O novo secretário-geral do PSD assegurou hoje ao CDS-PP que "pode contar" com os sociais-democratas para trabalhar nos próximos dois anos para que o país possa voltar a ter uma maioria de centro-direita.

CDS que "pode contar" com partido para nova maioria conjunta
Notícias ao Minuto

16:53 - 21/02/18 por Lusa

Política Nuno Magalhães

A declaração política do PSD centrou-se no congresso do partido, que decorreu no passado fim de semana, e ficou a cargo de Feliciano Barreiras Duarte, que reiterou a disponibilidade para o "diálogo com os outros partidos", em especial com aqueles com quem os sociais-democratas têm "maior proximidade".

"Se o país precisa de ter ou não uma maioria de centro direita alternativa à atual governação: pode contar com o PSD, que é nesse sentido que trabalharemos nos próximos meses e durante os anos de 2018 e 2019", afirmou Barreiras Duarte, em resposta a uma questão que tinha sido colocada pelo líder parlamentar do CDS-PP, Nuno Magalhães.

O secretário-geral do PSD e deputado fez ainda questão de saudar, em nome da nova direção política, Hugo Soares, naquele que deverá ser o seu último dia como líder parlamentar, já que na quinta-feira se realizam eleições para a bancada, depois de o presidente Rui Rio lhe ter manifestado vontade de trabalhar com outra direção parlamentar.

Antes de fazer a declaração política, Feliciano Barreiras Duarte estava sentado na primeira fila da bancada do PSD entre Hugo Soares e o candidato único a presidente da bancada, Fernando Negrão.

Na sua intervenção, Barreiras Duarte classificou o congresso do PSD como "um exemplo de união e pluralismo".

"Alguns partidos políticos, mais habituados às regras do centralismo democrático, nunca poderão perceber que a força da democracia reside no respeito pelas opiniões dos outros, mesmo quando diferentes, e que esse respeito é uma força e não uma fraqueza dos partidos democráticos", referiu.

O secretário-geral passou em revista os temas que Rio definiu como prioritários no congresso, como a natalidade, o apoio aos idosos, a saúde, a educação ou a descentralização, e salientou que decorrem de "uma visão personalista e interclassista".

Acusando o Governo do PS de estar "refém do BE e do PCP", Barreiras Duarte desafiou estes partidos a criticarem o que chamou de "austeridade escondida" da atual governação, tendo recebido na resposta muitas críticas ao anterior executivo PSD/CDS-PP.

Pelo PS, a secretária-geral adjunta Ana Catarina Mendes felicitou Rui Rio pela "nova era de diálogo" aberta entre PSD e Governo, mas considerou que o partido "continua a ser o mesmo de sempre".

"Esta nova era é de reconhecimento de que Portugal está hoje muito melhor?", questionou a socialista, dizendo que "não vale apenas o discurso das questões sociais, são precisas medidas concretas".

Por outro lado, a deputada do PS considerou que o congresso do PSD debateu mais as "querelas internas" do que medidas, recebendo como resposta de Barreiras Duarte que, nessa matéria, os sociais-democratas são "meninos de coro" ao pé dos socialistas.

BE, PCP e Verdes confrontaram o secretário-geral e deputado do PSD com a governação entre 2011 e 2015, considerando que nada mudou nas intenções dos sociais-democratas.

"A grande mensagem foi que o PSD tem um novo cantor uma e uma nova música, mas esmiuçando percebemos que a letra da música é exatamente a mesma", criticou o líder parlamentar do BE, Pedro Filipe Soares, desafiando o novo líder a "pedir desculpas" pelo corte de salários e pensões feito na anterior legislatura.

João Oliveira, presidente da bancada comunista, acusou o PSD de tentar fazer um "apagamento de memória" e de branquear as responsabilidades do partido nos "gravíssimos problemas" que o país ainda tem.

"O PSD está mesmo convencido que os portugueses já se esqueceram do mal que lhes fizeram e que lhe perdoam o mal que lhes fizeram?", questionou.

Na mesma linha, Heloísa Apolónia, pelos Verdes, lamentou não ter ouvido no congresso do PSD o "mínimo sinal de arrependimento" pelas políticas que praticaram.

"Querem saber se nos arrependemos disto ou daquilo: não estamos arrependidos de ter mandado embora a 'troika'", respondeu Feliciano Barreiras Duarte, reiterando que o "objetivo claro" do PSD é vencer as próximas eleições legislativas.

"Ao contrário do que possam pensar, os portugueses que nos deram a vitória em 2015 estarão muito atentos à governação do PS e à austeridade escondida", acrescentou.

Do CDS-PP, o novo secretário-geral do PSD recebeu um conselho para não ter demasiada esperança na aprovação de propostas por parte da atual maioria.

"Nos últimos dois anos, as nossas propostas tiveram um único caminho: o caixote do lixo", afirmou Nuno Magalhães, assegurando, contudo, que o partido manterá a disponibilidade para consensos.

Recomendados para si

;
Campo obrigatório