"Foi com a maior estranheza que vimos o abate desta árvore na Avenida da Liberdade, até porque há outras árvores em situações idênticas [quanto à inclinação], e são árvores centenárias", disse João Gonçalves Pereira aos jornalistas, à margem de uma reunião plenária da Assembleia Municipal de Lisboa.

Na opinião do centrista, "este acontecimento na Avenida da Liberdade revela o abandono do arvoredo e das suas copas", pelo que situações semelhantes "deviam requerer maior atenção por parte do executivo".

João Gonçalves Pereira lembrou que, no início de dezembro, nas Avenidas Elias Garcia e 5 de Outubro, o mau tempo provocou a queda de ramos de árvores que atingiram carros estacionados na rua.

"Multiplicam-se as situações", apontou o vereador, "daí que o CDS tenha enviado ainda hoje um pedido de informação escrita ao presidente da Câmara Municipal de Lisboa".

"O que está em causa é também, como vimos hoje, a segurança de vidas humanas", salientou o eleito, que "exige que haja um esclarecimento por parte da Câmara e que esta não se refugie em argumentos como o excesso de velocidade".

No pedido de informação, os vereadores do CDS-PP querem saber "qual o grau de envolvimento da autarquia de Lisboa" e se a Câmara "já tinha sido alertada para esta situação".

Os centristas questionam também "qual a responsabilidade que a Câmara Municipal de Lisboa, irá assumir neste caso, perante o já assumido de responsabilidades em casos de quedas de árvores resultantes da declarada falta de manutenção", bem como "que procedimentos irá a autarquia adotar de imediato, com vista a anular qualquer risco acrescido tendo em conta o vasto património arbóreo existente neste eixo".

A par destas informações, os autarcas querem saber também "qual o montante" gasto "anualmente na arborização, plantação e manutenção de canteiros na Avenida da Liberdade" e ainda qual o plano previsto "para este importante eixo viário, face à necessidade de se proceder à regularização do arvoredo e das suas copas, tendo em conta a urgente redução da poluição atmosférica".

Um autocarro de turismo, que transportava 23 passageiros, embateu esta manhã numa árvore que acabou por ser cortada, o que obrigou ao corte da circulação na Avenida da Liberdade.

Segundo disse à agência Lusa Tiago Lopes, segundo comandante do Regimento de Sapadores Bombeiros, a árvore foi abatida "por questões de segurança" e "por não apresentar a mesma estabilidade que teria antes do acidente".

No conjunto dos 23 passageiros do autocarro de turismo da Carristur havia cidadãos de nacionalidade norte-americana, belga, suíça e britânica. Oito feridos foram transportados para o hospital de São José e cinco foram assistidos no local.

À Lusa, o vereador do Ambiente e Estrutura Verde na Câmara de Lisboa, José Sá Fernandes, disse que o autocarro que embateu numa árvore na Avenida da Liberdade, causando 13 feridos ligeiros, se aproximou "demasiado à berma".

"O autocarro embateu numa árvore que estava de boa saúde. O mais importante é que não houve feridos graves", afirmou, apontando que a manutenção das árvores da Avenida da Liberdade é da responsabilidade da junta de freguesia de Santo António.

Por seu turno, o presidente da Junta frisou que a árvore onde um autocarro embateu "não estava sinalizada" e, por isso, "não havia necessidade de intervenção".