Santana promete a Rio "unidade e convergência" que nem sempre Passos teve
Pedro Santana Lopes, candidato derrotado à liderança do PSD, prometeu hoje a Rui Rio a "unidade e convergência" que considera que nem sempre os seus apoiantes deram ao anterior presidente, Pedro Passos Coelho.
© Global Imagens
Política PSD
Na sua intervenção perante o 37.º Congresso do PSD, já depois da meia-noite, Santana Lopes insurgiu-se também contra o que chamou de "chico-espertismo" dos que tentam condicionar o novo líder.
"Não gostei de ver tentarem condicionar-te mal foste eleito e mesmo antes de tomares posse aqui neste congresso. Tu ganhaste, tens todo o direito a executar esta estratégia", defendeu, acrescentando, porém, que também existe o direito de discordar.
Sobre o entendimento alcançado entre ambos quanto a listas de unidade para os órgãos nacionais (à exceção da Comissão Política Nacional), Santana concordou com a apreciação de Rui Rio, de que "foi fácil" e reconheceu-lhe o mérito de ter tomado a iniciativa.
"Esta lista significa, quando votarem, sentido de responsabilidade, mostrar que estão de acordo com esta convergência. Não podemos dizer que queremos ganhar à frente de esquerda e cá dentro dizer o contrário", afirmou.
Santana Lopes pediu que, se para o Conselho Nacional (órgão ao qual concorrerão oito listas) cada um deve votar "como entende", para a nova direção de Rio "se dê força ao novo líder do partido".
"Unamo-nos, queremos mesmo ganhar as europeias e as regionais na Madeira", disse, aproveitando a referência a estas eleições para se desculpar por algumas ausências na lista de unidade ao Conselho Nacional.
"Vi a lista que encabeço quase só no fim, não cabe tudo. Peço imensa desculpa pelas falhas que se cometem ou injustiças que existem. O importante é o nosso PPD/PSD", afirmou, numa intervenção com o Congresso de pé, aplaudindo e gritando "PSD, PSD".
Prometendo que irá dar ao novo líder "a unidade e convergência" que alguns dos seus apoiantes "nunca deram ao anterior líder do partido", Santana começou a sua intervenção precisamente com uma palavra de gratidão a Pedro Passos Coelho.
Santana Lopes defendeu que as críticas ao novo líder devem ser feitas "aos microfones do Congresso" e considerou ter a legitimidade de quem disputou a liderança.
"Não caio na tentação de dizer que os que não foram candidatos foram calculistas. Cada um sabe de si e Deus sabe de todos, mas fomos os dois que assumimos esta função", salientou.
Sobre o discurso inaugural de Rui Rio, na sexta-feira, disse ter ficado "tranquilo" com a recusa de um Bloco Central, embora lembrando que a questão colocada na campanha foi outra: "Viabilizar ou não um Governo do PS".
"Alguém que é eleito presidente do partido não tem no bolso a chave para todas as questões", disse, antecipando que o próximo Orçamento do Estado e as leis laborais podem colocar em causa a solidez da frente de esquerda.
Santana Lopes admitiu que o desafio de Rui é grande -- chegou a compará-lo a "subir o Evereste" -- e acusou PCP e BE de criticarem o Governo socialista, mas não concretizarem.
"Falam falam, mas não fazem nada", disse.
A Rui Rio, Santana Lopes reconheceu coragem, até nas prioridades que definiu para o partido como a reforma da justiça e o combate à corrupção.
"Reconheço essa coragem e por isso mesmo este combate, que é tão difícil, se estivermos todos unidos no essencial vamos ser capazes", disse.
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