No dia em que Fernando Negrão anunciou ser candidato à presidência do grupo parlamentar do PSD, Hugo Soares – presidente demissionário – deu uma entrevista à SIC Notícias na qual abordou a sua saída, garantindo que o seu futuro passará pela Assembleia da República, mas apenas como deputado, confirmando a possibilidade de se recandidatar.
Para o social-democrata é “bom que só haja uma candidatura” à presidência do grupo parlamentar por uma questão de unidade do partido, dizendo não ter “memória” de eleições a este órgão com mais de uma lista.
Sobre toda a polémica, Hugo Soares começou por garantir que a decisão de se afastar foi sua, uma decisão tomada depois de ter conversado com o presidente eleito do partido. “Eu não fui afastado”, asseverou, acrescentando que não quer "fazer esse papel de vítima" e explicando que Rui Rio lhe havia dado a conhecer a sua “vontade de trabalhar com uma nova liderança do grupo parlamentar”.
Face a esta conversa, tida no último sábado, o deputado demitiu-se e convocou eleições, mas defendeu que não colocou o lugar à disposição de Rui Rio.
“Não ponho, nem poria, o meu lugar à disposição de um presidente do partido. O meu lugar está à disposição dos deputados que me elegeram”, atirou, acrescentando que o “presidente do grupo parlamentar não pode, nunca, estar na mão do presidente do partido”. Porquê? “Por respeito aos nossos colegas [deputados], mas sobretudo pelo exercício de um mandato constitucional que nos foi conferido diretamente pelo voto popular”.
Face ao exposto e apesar das circunstâncias, Hugo Soares garante que não estará na “comunicação social a fazer oposição a Rui Rio” e em jeito de meia-brincadeira atira: “Estou tão habituado a fazer oposição ao doutor António Costa que não consigo ser outra coisa”.